Hoje a Sala de imprensa da
Santa Sé apresentou um documento sobre os temas principais que os padres
sinodais irão discutir a partir do que foi dito e refletido na semana anterior
do Sínodo das Famílias. A relatio post disceptationem foi lida
publicamente na sala principal do sínodo e causou embaraços, constrangimentos e
pedido de resposta por parte de muitos bispos e cardeais quanto às ações que se
querem tomar, prescindindo da doutrina tradicional da Igreja. Embora defendendo
a doutrina fundamental, o relatório pede à Igreja que sua pastoral seja mais “inclusiva”,
“mais misericordiosa”, que perceba e aceite elementos que seriam “positivos”
até mesmo em situações de pecado e de irregularidade. Nunca vimos uma abertura
desse tipo! As consequências práticas em nossas paróquias serão
conturbadíssimas e, se não houver um posicionamento claro e distinto do que se
quer nessa “nova Igreja”, as divisões e confusões serão inimagináveis. As
interpretações serão as mais diversas. Estamos preparados para isso? Leia alguns
trechos do polêmico documento:
“É necessário aceitar as pessoas em seu ser
concreto, saber como apoiar sua busca, encorajar o desejo por Deus e a vontade
de se sentirem plenamente parte da Igreja, também da parte daqueles que
experimentaram o fracasso e se encontram nas mais diversas situações. Isso
requer que a doutrina da fé, o seu conteúdo básico, deve ser gradualmente
melhor conhecido, proposto lado a lado com a misericórdia”.
“Uma nova dimensão da pastoral familiar atual
consiste em aceitar a realidade do casamento civil e também da coabitação. Onde
tais uniões demonstram estabilidade, profunda afeição e
responsabilidade parental, elas devem ser consideradas um ponto de partida
para um diálogo que poderia eventualmente levar ao sacramento do matrimônio. Em
tais uniões, é possível alcançar valores familiares autênticos ou, ao menos,
desejá-los. O acompanhamento pastoral deve sempre começar desses aspectos
positivos”.
“Os homossexuais têm dons e qualidades a
oferecer à comunidade Cristã. Somos capazes de acolher essas pessoas,
garantindo-lhes um espaço fraternal em nossas comunidades? Frequentemente, eles
desejam encontrar uma Igreja que lhes ofereça um lar acolhedor. Nossas
comunidades são capazes de o fornecer, aceitando e valorizando sua orientação
sexual, sem comprometer a doutrina Católica sobre a família e o matrimônio?”
“Sem negar os problemas morais relativos às
uniões homossexuais, é necessário observar que há casos em que uma ajuda mútua,
ao ponto do sacrifício, constitui um precioso apoio na vida dos companheiros”.
Na conferência de imprensa, o Cardeal Luis
Antonio Tagle, das Filipinas, enfatizou que este texto não era a versão final
e, sorrindo, disse: “Então, o drama continua”.
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