Provavelmente, quase todos
nós aprendemos em casa, ou nas aulas de catecismo, a clássica oração: "Santo
Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a piedade divina,
sempre me rege, guarda, governa e ilumina. Amém". Apesar disso,
talvez tenha escapado alguma vez de nossos lábios uma pergunta, repassada mais
de admiração do que de dúvida: "Então eu tenho mesmo um anjo incumbido por
Deus de cuidar de mim?" É realmente admirável o fato de cada um de nós
possuir um anjo cuja missão específica é favorecer-nos em tudo quanto se
relacione com nossa salvação eterna, mas é essa a realidade: Deus "os fez
mensageiros de seu projeto de salvação", afirma o Catecismo da Igreja
Católica. E diz São Paulo: "Não são todos os anjos espíritos ao serviço de
Deus, o qual lhes confia missões para o bem daqueles que devem herdar a
salvação?" (Hb 1,14).
"Grande é a dignidade das almas -
exclama São Jerônimo -, quando cada uma delas, desde a hora de seu nascimento,
tem um anjo destinado para sua custódia!" É muito reconfortante saber que
um ser superior à nossa natureza está continuamente ao nosso lado; que ele,
puro espírito, mantém-se na contemplação incessante de Deus e, ao mesmo tempo,
vela por nós, quer-nos todo o bem, e seu objetivo é levar-nos para a felicidade
perfeita e infindável do Céu.
Quando nos damos conta da presença desse
incomparável guardião, estabelecemos com ele uma amizade firme e íntima, como
descreve o grande escritor francês Paul Claudel: "Entre o anjo e nós
existe algo permanente. Há uma mão que, ainda quando dormimos, não solta a
nossa. Sobre a terra onde nos encontramos, compartilhamos o pulso e o latejar
do coração desse irmão celeste que fala com o nosso Pai". Se tivéssemos
maior confiança nesse celeste protetor, nesse bom amigo que nunca falha - ainda
quando dele nos afastamos, por nossa má conduta, seríamos capazes de recobrar a
paz e o equilíbrio dos quais tanto precisamos!
Fonte: Portal Arautos
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