Testemunhar e anunciar a mensagem cristã, conformando-se com Jesus Cristo. Proclamar a misericórdia de Deus e suas maravilhas a todos os homens.

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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Evangelho e Evangelização


I. Evangelho

  Evangelho é Boa Nova! E a Boa Nova é simplesmente esta: Jesus está presente, no meio dos homens! Deus eterno está ali, ao vivo, em pessoa, em carne e osso, no meio do seu Povo! Deixar-se olhar e tocar, deixar-se seduzir e “apanhar” por Jesus, é o primeiro passo para transformar e encontrar a vida. Só é preciso aderir, acreditar, para seguir. Jesus não dita regras, não impõe um código de conduta. Chama simplesmente a segui-lo, a Ele, não primeiramente a uma ideia, a um programa, a uma doutrina. É Ele o caminho, a Verdade, a Vida.

  Evangelizar devia ser isto. Levar a todos a boa notícia, de que Jesus está aí, como luz e palavra de sentido, por entre as sombras do tempo que passa. Jesus passa por aí, discreto, por entre a vida das pessoas, por cima e por debaixo das telhas, pelas ruas e praças, pese embora a distração e a diversão, das nossas correrias.

  Evangelizar é dizer aos que sofrem, que Jesus está aí, na sua dor, e no amor com que são tratados. Dizer aos que fazem o bem, que Deus está aí, escondido por entre os dedos das suas mãos. Boa Nova é isto. Jesus está presente. No mundo, com o seu desejo de Paz, de fraternidade, de beleza, o Reino de Deus germina, lenta e discretamente, em sementes de bem, de amor, de beleza e de verdade.

  Evangelizar não significa necessariamente tornar cristãos todos os homens, nem fazer voltar à Igreja todos os baptizados e, especialmente, os que a frequen­tavam e deixaram de fazê-lo. Jesus evangelizou também em Nazaré ou Corazim ou Betsaida, onde sua palavra "não teve acolhimento” (cf. Mc. 6,6; Lc. 10,13). Evangelizar significa, antes de mais nada, promulgar a Boa nova, com factos e palavras. Faz-se esse anúncio, para dar a pos­sibilidade, a quem tem boa-vontade, de poder acolher a Boa nova e encontrar a vida plena.

II. Evangelização

  Evangeliza-se de muitas maneiras. Podemos des­tacar as seguintes formas de evangelizar:

Evangelizar pela proclamação: é a forma expressa no início do evangelho de hoje: “Jesus dirigiu-se para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: convertei-vos e crede no Evange­lho" (Mc.1,14-15). A proclamação, porém, não está restrita às ocasiões públicas, durante a Missa, ou na Catequese. Pode ocorrer também no diálogo fraterno, cordial, amigo, como o de Jesus, com a Samaritana (Jo. 4) ou com os discípulos de Emaús (Lc. 24). Daí a importância que podem ter as conversas de mesa ou de café, os contactos de rua, os encontros de amigos, as reuniões de família. Uma só palavra do Evangelho, pode esclarecer uma situação de dor, iluminar a escuridão do espírito, abrir caminho para uma solução, corrigir uma atitude, orientar ou consolar o coração. Também Jesus passava e passeava, e no caminho, chamava as pessoas mais comuns, a partir dos lugares da sua vida, onde as encontrava.

Evangelizar por convocação: é chamar todos ao banquete, como fazem os servos da parábola: "Ide às encruzilhadas e convidai para as bodas todos quantos achardes" (Mt. 22,9). Isto significa ousadia para convidar outros a vir à nossa Missa, à nossa Festa, a uma qualquer iniciativa da comunidade. Não raro, a surpresa do nosso convite é o primeiro «empurrão» de que alguém espera para seguir Jesus!

Evangelizar por atração: assim faz a primeira comunidade de Jerusalém que, mesmo sem enviar mis­sionários, vê afluir "muita gente também das cidades vizinhas de Jerusalém" (At. 5,16); Trata-se de vivermos de tal modo, que os nossos gestos, os acontecimentos da vida paroquial, se tornem atrativos e significativos no nosso meio ambiente.

Evangelizar por irradiação: como a lâmpada no candelabro ou a cidade sobre a montanha, "para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus" (Mt. 5,16), ou como "uma lâmpada que arde e ilumina", a cuja luz nos alegramos (cf. Jo. 5,35). Evangeliza-se através de um "comportamento nobre entre os pagãos, porque... considerando vossas boas obras, chegarão a glorificar a Deus no dia em que ele os visitar" (I Pd. 2,12);

Evangelizar por contágio (é uma variação do modo anterior): como uma vela se acende de ou­tra vela, como um sorriso gera outro sorriso. Pode ser de pessoa a pessoa, de grupo a grupo, de gru­po a indivíduos contagiados pela fé feliz de uma comunidade: "Eu vim lançar fogo à terra" (Lc. 12,49). "Ainda que alguns não obedeçam à Palavra", podem "mesmo sem a palavra ser conquistados ao observa­rem vossa conduta" (I Pd. 3,1-2); bem dizia o Padre António Vieira: uma fé que não se apega, apaga-se!  .

Evangelizar por levedura: é uma forma menos aparente, mais lenta e oculta, como "o fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de fari­nha para fermentar toda a massa" (Mt. 13,33). Esta forma é válida, especialmente, para a "evangelização das culturas". No segredo, no trabalho humilde, numa Escola, numa instituição, ir mudando mentalidades, atitudes, através de uma conduta evangélica exemplar.

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