Hoje,
Mateus oferece um breve relato sobre a primeira atuação de Jesus na vida
pública, no qual se fala expressamente da Galileia como “a Galileia dos
pagãos”, como o lugar anunciado pelos profetas (cf. Is 8,23; 9,1), aquele em
que aparecerá uma “grande luz”. Mateus responde assim à surpresa pelo fato de
que o Salvador não viera de Jerusalém e Judéia. Desde o princípio, Mateus
recorre ao Antigo Testamento para conhecer até os detalhes aparentemente mais
insignificantes em favor de Jesus.
Em primeiro lugar, está o resumo do conteúdo
essencial da pregação de Jesus, que quer dar uma indicação sintética de sua
mensagem: “Convertei-vos porque o Reino (soberania) dos Céus está próximo”.
Depois vem a eleição dos doze, com a qual Jesus Cristo anuncia e põe em marcha
a renovação do povo das doze tribos, a nova convocação de Israel.
Mateus, em muito poucas linhas, delineia à
sua audiência uma primeira imagem da figura e da obra de Jesus. Hoje, Jesus
dá-nos uma lição de “santa prudência”, perfeitamente compatível com a audácia e
a valentia. Efetivamente, Ele — que não tem medo em proclamar a verdade —
decide se retirar, ao conhecer que — como já o tinham feito com João Batista —
seus inimigos querem lhe matar: “Sai
daqui, porque Herodes quer te matar” (Lc 13,31). — Se aquele que passou fazendo
o bem, os seus detratores tentaram lhe danar, não se estranhe que também você
sofra persecuções, como nos anunciou o Senhor.
“Quando soube que João tinha sido preso, Jesus
retirou-se para a Galileia” (Mt 4,12). Seria imprudente desafiar os perigos sem
um motivo proporcionado. Apenas na oração discernimos quando o silêncio ou
inatividade — deixar passar o tempo — são sintomas de sabedoria, ou de covardia
e falta de fortaleça. A paciência, ciência da paz, ajuda a decidir com
serenidade nos momentos difíceis, se não perdemos a visão sobrenatural.
“Jesus
percorria toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, anunciando a Boa Nova do
Reino e curando toda espécie de doença e enfermidade do povo” (Mt 4,23). Nem as
ameaças, nem o medo ao que dirão ou as possíveis críticas podem nos retrair de
fazer o bem. Aqueles que estamos chamados a sermos sal e luz, operadores do bem
e da verdade, não podemos ceder diante a chantagem da ameaça, que tantas vezes
não passará de ser um perigo hipotético ou meramente verbal. Decididos,
audazes, sem procurar desculpas para postergar a ação apostólica para “depois”.
Dizem que “o ‘depois’ é o advérbio dos vencidos”. Por isso, São Josemaria recomendava, "uma receita eficaz para seu espírito apostólico: Planos concretos, não de
sábado a sábado, senão de hoje para amanhã (...)”.
Cumprir a vontade de Deus, ser justos em
qualquer ambiente e, seguir o ditame da consciência bem formada exige uma fortaleça
que devemos de pedir para todos, porque o perigo da covardia é grande. Peçamos
a nossa Mãe do Céu que nos ajude a cumprir sempre e, em tudo a vontade de Deus,
imitando sua fortaleça ao pé da Cruz.
Fonte: Portal Evangeli
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