Ainda
dentro do Tempo do Natal, estamos a celebrar a Solenidade da “Epifania do
Senhor”; nesta sagrada Liturgia, fazemos memória da manifestação do nosso Deus
a toda a humanidade, representada na figura dos Reis Magos. Alguns temas para a
nossa meditação neste dia:
A estrela guiou os
Reis até Jesus
A estrela de Belém, humildemente, conduziu os
Reis até o lugar aonde estava o Senhor, os levou pelo caminho certo até à
verdade. A estrela cintilava, ainda que em meio à escuridão e fazia os santos
Reis irem além de suas forças, passando pelas trevas do medo e da incerteza.
Para nós, também, existe uma estrela que nos guia: é a fé. Pela fé,
reconhecemos o amor e a proteção de Deus, mesmo na escuridão; pela fé, vamos
além de nossas forças e nos lançamos para a luz; pela fé, podemos vencer os
obstáculos e tribulações da vida e encontrarmos Deus como nosso amparo.
A fé sempre nos conduzirá a Deus; a luz da fé
sempre nos conduzirá à verdade. Sem essa luz, sem essa virtude, jamais
chegaremos a Deus e jamais reconheceremos a verdade. Todos devemos nos deixar
guiar, conduzir por essa luz que, em última análise, é o próprio Cristo: “Eu
sou a luz do mundo, quem me seguir não andará nas trevas”.
Não podemos ter medo da luz. Nela e por ela
vemos melhor e vemos o obscuro, o sujo, o mal. O mundo de hoje precisa dessa
luz; os homens precisam dessa luz; nós precisamos dessa luz!
Os Reis Magos
perseveram no caminho
Os Santos Reis não conheciam o caminho mas,
conduzidos pela luz enviada por Deus, perseveraram na caminhada. Enfrentaram
escuridão, frio, dúvidas, incertezas, mas se deixaram atrair pela presença de
Deus. Os Reis deixaram seus trabalhos, suas famílias, suas expectativas
humanas, deixaram tudo para encontrarem o “Tudo” de suas vidas.
Quantos de nós iniciamos o caminho de Cristo,
mas nos deixamos levar, não por sua luz, mas pelo medo, pelo cansaço, pela
lógica do mundo, pelas facilidades de uma vida sem normas, sem leis, sem
mandamentos... Quantos querem ser cristãos, mas ao seu jeito, ao seu modo, à
sua maneira. Não perseveram naquilo que Cristo ensinou, não perseveram na
doutrina da Igreja. É claro que existe a queda, o pecado, a escolha errada, mas
sempre podemos e devemos voltar à luz de Deus. Também isso aconteceu aos Magos:
desviaram-se do seu caminho e foram parar no palácio de Herodes, pensaram que
Cristo lá estava. Mas o Menino não habitava o palácio, mas um estábulo. Logo
que perceberam que Deus lá não estava, se levantaram e continuaram seu caminho;
também nós, se nos desviamos da verdade, do bem, do amor, se perdemos a Deus,
voltemos ao caminho certo, ao caminho que nos vai fazer encontrar Deus.
Cuidado com os homens
Nem sempre estaremos rodeados de pessoas boas
e com retas intenções. Herodes ao receber a visita dos Reis Magos mentiu ao
dizer que gostaria de saber o paradeiro do Menino para O adorar; na verdade,
ele planejava matá-Lo. Mesmo com palavras doces e mostrando-se afável, Herodes
mentia e pensava e tramava o pior. Às vezes também nos encontraremos com
pessoas de fala mansa e palavras bondosas, mas podem não querer o bem que dizem
querer. Devemos sempre manter a prudência. Além da luz da fé, precisamos
humanamente da prudência. Precisamos conhecer bem quem está ao nosso redor, se
não há falsidade, engodo, mentira. Ainda há muitos Herodes por aí: falsos
amigos que desejam o pior. Cuidado com eles! Cuidado com certas amizades!
Os reis ofereceram
seus presentes... E nós?
Os Santos Reis trouxeram ouro, incenso e
mirra. Segundo São Beda, um santo do século VIII e a tradição cristã por ele
compilada, os três presentes não são quaisquer presentes, mas altamente
simbólicos:
O ouro representa a
realeza, era dado aos reis; Jesus é Rei do universo, Rei de todas as nações,
Soberano dos povos.
O
incenso
representa a divindade, é oferecido no culto divino; Jesus é Deus, Filho do Pai
muito amado.
A mirra representa a
humanidade, era perfume dos homens e servia para embalsamar os corpos dos
mortos; de fato, Jesus espalhou o bom odor das virtudes no meio dos homens, mas
também foi ferido de morte pelos mesmos homens e, sepultado como eles.
Também nós devemos abrir nossos cofres, abrir
nosso interior, nosso coração e ofertar a Deus aquilo que temos de melhor. Manifestemos ao mundo Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida. Sejamos como ouro: resplandeçamos as virtudes, sejamos reflexos da luz de Deus.
Sejamos como o incenso: deixemo-nos consumir pelo Senhor; adoremos sempre a
Deus com piedade e amor. Sejamos como a mirra: exalemos o bom odor de Cristo ao
próximo e, mesmo passando por dores humanas, vençamos todas as tribulações com
Cristo.
Que a Virgem oferente rogue por nós! Que os
Santos Reis intercedam nós! Amém!
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