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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

As rubricas na Liturgia



  A arte de celebrar orienta-se por rubricas que introduzem os textos eucológicos (textos cunhados pela Igreja e não bíblicos, mas de inspiração bíblica). Do latim ruber, -bri, o termo “rubricas” refere-se ao conjunto de orientações e normas que, escritas em vermelho (daí o seu nome), nos guiam na ritualidade e no decorrer da celebração litúrgica. Hoje, não se dá muita importância às rubricas; muitas vezes elas são deixadas de lado em nome da “criatividade” paroquial, seja pelo padre, seja pelo próprio povo.
 
  Na celebração litúrgica devemos evitar dois extremos: o rubricismo e o relativismo. Por rubricismo entendemos o agir obsessivo de seguir até ao mínimo detalhe as rubricas sem compreender o sentido do que elas dizem. Torna-se um cerimonial exaustivo, monótono, rotineiro. A mera observância externa das normas é contrária ao espírito da liturgia que supõe oração e vida. Por relativismo litúrgico entendemos aquela maneira de celebrar dando tanta importância à criatividade e aos famosos “motivos pastorais”, esquecendo a fidelidade àquilo que a Igreja quer que se celebre, de acordo com as normas, gerando assim uma grande confusão aos fiéis e um desânimo quanto ao aprendizado da Liturgia.
  A palavra e o gesto definem a natureza dos sinais salvíficos de Cristo, que se tornam presentes nos sacramentos da Igreja. A fé não só se transmite pela palavra, mas também pelos ritos que são linguagem gestual. Por isso, as rubricas desempenham um papel importante no “depositum fidei” (depósito da fé) da Igreja, porque têm a finalidade de conservar o conteúdo da revelação. Elas fazem parte da natureza sacramental da Liturgia; mudar as rubricas ou celebrar à margem delas, é trazer um grande dano à unidade da Igreja universal e roubar dos que têm direito a uma celebração católica autêntica e não misturada a emoções, modismos ou ritos de influência acatólica.
  Ninguém tem direito de mudar a Liturgia. Nenhum padre pode fazer o “seu” rito, nem nenhum fiel pode querer buscar uma Missa conforme seu gosto pessoal. Há pessoas que insistem em buscar novidades e, para elas, a Missa tem que ser “animada”, “ungida”, “no poder”... Chegamos ao cúmulo de alguns fiéis dizerem que a Missa que segue as rubricas são chatas e cansativas; pior, já ouvi uma pessoa dizer que se sente mal na Missa “correta” e se sente bem numa Missa cheia de cantos desconexos com a Liturgia, de excessos de gestos, de palavras fora do Missal, de palmas, gritos, guitarras altíssimas, baterias “quebrando tudo”... Meu Deus, quantos ainda precisam se aproximar de Deus por aquilo que Ele é e não pelo aparato (às vezes teatral) que fazemos em torno d’Ele.

2 comentários:

  1. Infelizmente o que o senhor narrou,pe Helcimar,é o que acontece. Muitos buscam na missa "animação","teatro" etc. Deixando em segundo plano Jesus.
    A liturgia,bem vivida, é linda!
    Segundo a Exortação Apostólica Verbum Domini,a liturgia é a palavra de Deus. Sendo assim, como querer improvisar, ou ,até mesmo, modificar essa Palavra?!
    " As normas litúrgicas são necessárias,porque nela(na liturgia)o Corpo Místico de Jesus Cristo Cabeça e Membros presta a Deus o culto público integral."
    Penso que todos os envolvidos com a liturgia,na paróquia,deveriam fazer um estudo sobre a Instituição Redemptionis Sacramentum. Eu,particularmente,gostaria muito! Assim como tantos outros documentos maravilhosos que a Igreja tem.
    SOBRIEDADE,SOLENIDADE,SACRALIDADE! Amém.

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  2. Pe Helcimar sua benção.
    Pergunto:
    Na hora da homilia o padre pode usar paramentro não liturgico? ex: Chapéu cowboy.

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