A arte de celebrar
orienta-se por rubricas que introduzem os textos eucológicos (textos cunhados
pela Igreja e não bíblicos, mas de inspiração bíblica). Do latim ruber, -bri, o
termo “rubricas” refere-se ao conjunto de orientações e normas que, escritas em
vermelho (daí o seu nome), nos guiam na ritualidade e no decorrer da celebração
litúrgica. Hoje, não se dá muita importância às rubricas; muitas vezes elas são
deixadas de lado em nome da “criatividade” paroquial, seja pelo padre, seja
pelo próprio povo.
Na celebração litúrgica devemos evitar dois
extremos: o rubricismo e o relativismo. Por rubricismo entendemos o agir
obsessivo de seguir até ao mínimo detalhe as rubricas sem compreender o sentido
do que elas dizem. Torna-se um cerimonial exaustivo, monótono, rotineiro. A
mera observância externa das normas é contrária ao espírito da liturgia que
supõe oração e vida. Por relativismo litúrgico entendemos aquela maneira de
celebrar dando tanta importância à criatividade e aos famosos “motivos
pastorais”, esquecendo a fidelidade àquilo que a Igreja quer que se celebre, de
acordo com as normas, gerando assim uma grande confusão aos fiéis e um desânimo
quanto ao aprendizado da Liturgia.
A palavra e o gesto
definem a natureza dos sinais salvíficos de Cristo, que se tornam presentes nos
sacramentos da Igreja. A fé não só se transmite pela palavra, mas também pelos
ritos que são linguagem gestual. Por isso, as rubricas desempenham um papel
importante no “depositum fidei” (depósito da fé) da Igreja, porque têm a
finalidade de conservar o conteúdo da revelação. Elas fazem parte da natureza
sacramental da Liturgia; mudar as rubricas ou celebrar à margem delas, é trazer
um grande dano à unidade da Igreja universal e roubar dos que têm direito a uma
celebração católica autêntica e não misturada a emoções, modismos ou ritos de
influência acatólica.
Ninguém tem direito de mudar a Liturgia.
Nenhum padre pode fazer o “seu” rito, nem nenhum fiel pode querer buscar uma
Missa conforme seu gosto pessoal. Há pessoas que insistem em buscar novidades
e, para elas, a Missa tem que ser “animada”, “ungida”, “no poder”... Chegamos
ao cúmulo de alguns fiéis dizerem que a Missa que segue as rubricas são chatas
e cansativas; pior, já ouvi uma pessoa dizer que se sente mal na Missa “correta”
e se sente bem numa Missa cheia de cantos desconexos com a Liturgia, de
excessos de gestos, de palavras fora do Missal, de palmas, gritos, guitarras
altíssimas, baterias “quebrando tudo”... Meu Deus, quantos ainda precisam se aproximar
de Deus por aquilo que Ele é e não pelo aparato (às vezes teatral) que fazemos
em torno d’Ele.
Infelizmente o que o senhor narrou,pe Helcimar,é o que acontece. Muitos buscam na missa "animação","teatro" etc. Deixando em segundo plano Jesus.
ResponderExcluirA liturgia,bem vivida, é linda!
Segundo a Exortação Apostólica Verbum Domini,a liturgia é a palavra de Deus. Sendo assim, como querer improvisar, ou ,até mesmo, modificar essa Palavra?!
" As normas litúrgicas são necessárias,porque nela(na liturgia)o Corpo Místico de Jesus Cristo Cabeça e Membros presta a Deus o culto público integral."
Penso que todos os envolvidos com a liturgia,na paróquia,deveriam fazer um estudo sobre a Instituição Redemptionis Sacramentum. Eu,particularmente,gostaria muito! Assim como tantos outros documentos maravilhosos que a Igreja tem.
SOBRIEDADE,SOLENIDADE,SACRALIDADE! Amém.
Pe Helcimar sua benção.
ResponderExcluirPergunto:
Na hora da homilia o padre pode usar paramentro não liturgico? ex: Chapéu cowboy.