Homilia do 33° Domingo do Tempo Comum

  A liturgia de hoje nos leva a meditar sobre aquele dia de encontro com o Senhor, quando Ele chegar em sua segunda vinda. Apesar da linguagem apocalíptica do Evangelho, Jesus não pretende nos alardear acerca das catástrofes, dos distúrbios terrestres, dos fenômenos que cercarão o final dos tempos; Ele quer sim, nos chamar atenção para os sinais dos tempos que estão ao nosso redor.

  Ao percebermos a passagem do tempo e também suas mudanças, não podemos deixar de prestar atenção à nossa santificação, à nossa salvação. Não importa ao cristão quando será ou como será o fim do mundo, mas importa sim saber como anda seu coração, como está sua vida, como ele encara o seu hoje na presença de Deus.

  O “fim do mundo” é relativo. Para aquele que morre hoje, este foi o “seu” fim do mundo. Assim, o que conta não é temer aquele dia, mas estar atento a este dia em que vivemos.

  Está muito em voga datar o fim do mundo. Filmes, artigos suspeitos, pesquisas sem noção já foram feitas para falar da grande hecatombe. Nenhuma dessas iniciativas fala da coisa mais importante: a preparação do coração para a grande passagem. Para nós cristãos, deveria ser algo muito claro que vivemos cada dia do ano a nos preparar para o encontro perfeito e único com o Senhor Jesus. A cada dia “morremos” e a cada dia “nascemos”; morremos para o pecado e nascemos para Deus. Combater os vícios, lutar pela virtude é a necessidade de cada cristão.

  Ao nos aproximarmos do fim do ano litúrgico, elevemos nossos pensamentos Àquele que tem o poder sobre nossa vida, sobre o nosso futuro. Façamos nossa reflexão sobre os dons que Deus nos deu este ano, sobre as graças que nos concedeu e, sobretudo, sobre o modo como recebemos e vivemos tudo isso. Não esperemos o Senhor com medo, receio ou, pior, com apatia; Ele virá! É o Esposo, é o Senhor, é o Amigo, é a Vida, é a Felicidade que sempre buscamos ter e que nunca encontramos, nesta Terra, em plenitude!

  Que nossos olhos estejam atentos ao Senhor que vem; que nossos ouvidos estejam aguçados para perceber a voz de Deus que fala ao nosso coração; que nosso coração esteja pronto para sentir o amor e a misericórdia que Nosso Senhor tem a nos dar.

  Possa Nossa Mãe Santíssima, a Virgem do Amor divino, tocar em nossa alma predispondo-a a acolher as coisas do Senhor e a nos entregar a Deus já agora, sem esperar o dia de amanhã.