Um irmão interrogou o abade
Pastor dizendo: “Que devo fazer quando na cela (o quarto do monge) sinto me
faltar coragem?” Disse-lhe o Macróbio: “Não desprezes a ninguém, não julgues a
ninguém e não infames a ninguém, assim dar-te-á Deus repouso e tua vida na cela
será tranquila.”
Certo dia reuniram-se os
padres da Cítia para falarem de um irmão que pecara; todavia o abade Pior
calava-se, até que enfim levantou-se, saiu, tomou um saco que encheu de areia e
pôs aos ombros; tratou também de meter um pouco de areia num cestinho que lhe
estava adiante. Aos padres que perguntaram o significado daquilo respondeu: “O
saco cheio de areia são meus pecados; como são numerosos, os pus às costas para
não lamentá-los, nem deplorá-los. Já a pouca areia à frente de mim são os
pecados do meu irmão, nos quais me concentro a julgá-los. Não é isto contudo o
que se há de fazer: antes devia levar meus pecados à diante de mim, para neles
meditar, e pedir a Deus para os perdoar.” Aos escutar isso exclamaram os
padres: “Verdadeiramente, esse é o caminho da salvação!”
Disse um ancião: “Se fores
casto, não condenes o lúbrico, pois tu bem transgredirias na mesma lei. Com
efeito, quem disse: ‘Não fornicarás’, também disse: 'Não julgarás'”.
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