Jesus pode ser confundido
com outros profetas e “messias” da História? Respondendo a isso, o Papa Bento
XVI nos alerta que cada uma dessas personalidades passou pelo mundo e
apresentaram uma mensagem que não era sua e apenas Jesus Cristo nos deu uma
doutrina própria, porque não era filosófica nem sectária, mas a própria mensagem
de Deus dada por Seu Filho. Acompanhemos a exposição do Papa:
“Já no Evangelho encontramos duas posições
possíveis, em relação a Cristo. O próprio Senhor distingue: o que dizem as
pessoas e o que vós dizeis. Pergunta o que dizem as pessoas que O conhecem em
segunda mão, ou de modo histórico, literário, e depois o que dizem aqueles que
O conhecem intimamente e que realmente entraram em contato com Ele, que têm
experiência da Sua identidade.
Esta distinção permanece presente ao longo de
toda a História: há uma impressão de fora que tem elementos de verdade. No
Evangelho vê-se que alguns dizem: “É um profeta”. Assim como hoje se diz que
Jesus é uma grande personalidade religiosa ou que está entre os avatares (as
múltiplas manifestações do divino). Mas aqueles que entraram em comunhão com
Jesus reconhecem que se trata de uma outra realidade, é Deus presente num
Homem.
Buda, em substância, diz: “Esqueçam-me, andem
só no caminho que vos mostrei”. Maomé afirma: “O Senhor Deus deu-me estas
palavras que verbalmente vos transmito no Corão”. E assim por diante. Mas Jesus
não entra nesta categoria de personalidades visível e historicamente diversas.
Menos ainda é um dos avatares, no sentido dos mitos da religião hinduísta. É
uma realidade completamente diferente. Pertence a uma história, que começa com
Abraão, na qual Deus mostra o seu rosto, Deus revela-se como uma Pessoa que
sabe falar e responder, que entra na história.
E esse rosto de Deus, de um Deus que é Pessoa
e atua na História, encontra o seu cumprimento naquele instante em que o
próprio Deus, fazendo-se Homem Ele mesmo, entra no tempo. Assim, mesmo
historicamente, não se pode comparar Jesus Cristo às várias personalidades
religiosas ou às visões mitológicas orientais”.
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