Testemunhar e anunciar a mensagem cristã, conformando-se com Jesus Cristo. Proclamar a misericórdia de Deus e suas maravilhas a todos os homens.

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sexta-feira, 29 de março de 2013

Ação Litúrgica da Paixão



a)     O centro da celebração deste dia é a cruz salvadora de Jesus Cristo. Neste dia em que a Igreja não celebra os sacramentos, reunimo-nos numa celebração, carregada de simbolismos, para escutar o relato da Paixão do Senhor, para rezar universalmente abraçados a esta cruz, para venerar a cruz e para participar sacramentalmente na comunhão. O silêncio, cheio de esperança, acompanha-nos em todos os momentos. Quebraremos o silêncio para afirmar que esta “passagem pascal” de Jesus, ou seja, a sua morte, leva-nos para uma vida nova que queremos celebrar. A homilia deve somente realçar a força das leituras bíblicas deste dia, deixando-as penetrar até ao íntimo do nosso coração. “Pelas suas chagas fomos curados”, diremos como o profeta, mas “nas vossas mãos entrego o meu espírito”, dirá Jesus com o salmo. A Carta aos Hebreus recorda-nos que devemos “permanecer firmes na fé”, porque Jesus, doando a sua vida por nós, torna-se a “causa de salvação eterna”. “A quem buscais?”, pergunta Jesus no texto da Paixão segundo São João, o centro da nossa celebração. Coloca-nos perante a nossa “busca existencial”: quem nos poderá salvar? Apercebemo-nos que somos muito parecidos com Pedro a negar Jesus. “Tu és o Rei dos Judeus?”, pergunta Pilatos a Jesus. É esta a pergunta que fazemos tantas vezes: “Tu, quem és?”. Contemplamos Jesus como Aquele que carrega a cruz, como Aquele a quem repartiram tudo, como Aquele em quem se cumpriu tudo, como Aquele que foi colocado num sepulcro novo. Como somos tão parecidos com Ele!

b)     A Oração Universal deste dia é o modelo da oração da Igreja que sempre reza a partir da cruz de Jesus: uma oração universal, sem esquecer ninguém. A Igreja reza por todos os sofrimentos do mundo e pelos que se identificam com a cruz de Jesus. Reza por todos os que procuram a Deus, ansiando por um rumo nas suas vidas. Rezamos pela Igreja para que nunca perca de vista a cruz salvadora de Jesus. Por isso suplica-se para que se torne presente o Reino de Deus, doado por tão grande preço.

c)     Hoje, adoramos a Santa Cruz: “Eis o madeiro da Cruz…”. Que este momento seja feito com toda a dignidade e com toda a solenidade. É a cruz que sempre preside a nossa vida, porque não queremos viver uma fé sem cruz. A Páscoa começa pela cruz que contém realmente todos os sofrimentos humanos. A partir da cruz, Deus dá-nos a salvação. O canto dos Impropérios, ou outros cânticos, durante a Adoração da Cruz, devem situar-nos no radical gesto de entrega de Jesus, assumindo em Si todo o mal do mundo para o redimir.

d)     Antes de terminar a Celebração, somos convidados à comunhão, reforçando o vínculo com a celebração de ontem. A vida de Jesus na cruz é-nos dada realmente no sacramento da Eucaristia. A cruz não é o fim. A nossa esperança está na ressurreição, fonte de vida nova. Desta vida nova participamos já sacramentalmente. “Deus…, que nos renovastes pela gloriosa morte e ressurreição de Jesus Cristo, confirmai em nós a obra da vossa misericórdia, a fim de que, pela comunhão neste mistério, Vos consagremos toda a nossa vida” (oração depois da comunhão). Também isto aconteceu na celebração deste dia. É assim que se fará a despedida do povo (cf. oração sobre o povo). Depois da celebração, procuremos manter o silêncio e os olhos postos na cruz de Jesus. Hoje é dia de jejum, porque morreu o Senhor e repousa no sepulcro. Os actos piedosos, como a via-sacra, devem alimentar o recolhimento deste dia. Alimentar a esperança que culminará na Vigília Pascal.

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