Se existe uma Semana Santa, existe uma “semana pecadora”?

  A semana que antecede à Páscoa e que se inicia com o Domingo de Ramos, é chamada comumente de “Semana Santa”. Esta semana especial para os cristãos, é chamada também de “Semana Maior”; nela comemoramos os grandes mistérios dos últimos passos de Cristo na Terra: sua entrada triunfal em Jerusalém, as ameaças de morte que sofreu, sua prisão e espancamento, sua morte dolorosa na cruz, seu piedoso sepultamento e sua gloriosa ressurreição.

  A Semana Santa é marcada, nas paróquias e dioceses, por uma série de ritos e celebrações. Em especial, cada dia possui pregações e sermões temáticos, procissões diversas, autos e encenações, vias-sacras, concertos musicais, dentre outras atividades. Tudo para relembrar a vida de Cristo e seu amor pelos homens de todos os tempos.

  É chamada “santa” por três razões:

1-    Por relembrar os fatos e acontecimentos da vida santa de Cristo, em sua Paixão, Morte e Ressurreição;

2-    Para apresentar a todo cristão o modelo de Jesus como o modelo a ser seguido por todos;

3-    Para santificar a todos através dos ritos e celebrações especiais que existem neste período.

  Neste sentido, não se quer dizer que as outras semanas do ano sejam “pecadoras” mas que, sobretudo, nesta semana, a santidade mais pura estará à nossa disposição e imitação. Nesta semana devemos mais ainda buscar a Deus, nos reconciliar com Ele e abrir-nos o coração à sua Palavra de vida e de amor.

  A Semana Santa é dividida da seguinte forma:

·       Domingo déramos e da Paixão do Senhor, quando se faz memória da entrada triunfal de Cristo em Jerusalém e da sua entrega, através do relato da Paixão. A Procissão é de Ramos e a Missa é da Paixão;

·       Segunda, Terça e Quarta-feira Santas são dedicados a homilias, sermões e pequenas procissões, como a do “Depósito”, em que as imagens do Senhor dos Passos e da Virgem das Dores são levadas para as Capelas de onde sairão para a “Procissão do Encontro” (na Terça ou Sexta).

·       Quinta-feira Santa é o dia da Procissão do Fogaréu que relembra a prisão de Jesus. Também chamada de dia das “Endoenças”, uma corruptela de “Indulgências”, porque neste dia os pecadores da quaresma eram acolhidos, novamente, na Comunidade com o perdão de seus pecados. Neste dia faz-se memória da Instituição da Eucaristia, do Sacerdócio ministerial e do Mandamento do Amor, representado no Lava pés; essa Missa é chamada “Missa da Ceia do Senhor e do Lava pés”;

·       Já na Sexta-feira Santa ou da Paixão, relembramos os sofrimentos de Cristo, sua dor e sua morte na Cruz. É dia de jejum e abstinência de carne e também de Sermões famosos como o das “Sete Palavras de Cristo”, “do Descendimento” e do “Senhor Morto”. Também, neste dia, se faz a “Procissão do Senhor Morto”;

·       O “Sábado Santo” é um dia de recolhimento na parte da manhã e tarde e à noite, a “Vigília das Vigílias”, também chamado de “Sábado de Aleluia”. Dia de recordar a ressurreição de Jesus numa grande celebração. Essa “Vigília Pascal” é uma longa cerimônia que conta com diversos ritos como a “bênção do fogo novo”, o canto do “Exultet” (Proclamação da Páscoa), a “bênção da água”, a “Ladainha dos Santos” e o “Batismo dos catecúmenos”;

·       No “Domingo de Páscoa” ou “Domingo da Ressurreição” é o dia de continuar a Festa do dia anterior. Cristo ressuscitou e está vivo no meio de nós, sobretudo na Eucaristia. Hoje também é costume fazer a “Procissão do Ressuscitado e do Triunfo de Maria” (se não foi feita no dia anterior), quando os fiéis, levando suas velas, cantam ao Santíssimo Sacramento.