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quinta-feira, 7 de março de 2013

As "mudanças" de Bento XVI serão abandonadas?


  Como sabemos, o Papa Bento XVI enquanto Romano Pontífice da Igreja fez uma verdadeira "revolução" no modo de entender, celebrar e viver a Liturgia. Ele corrigiu extravagâncias, reformulou certos conceitos, apresentou a sã doutrina sobre a Liturgia e recuperou vários símbolos, vestes e costumes que nunca foram abolidos, mas esquecidos. Além disso tudo, mostrou que não há contradição entre a vivência litúrgica antes do Concílio e depois do Concílio. No seu dizer, "não houve ruptura", "descontinuidade", a chamada "hermenêutica da continuidade", isto é, entender o presente como um curso que tem sua raiz no passado, que não nasceu "do nada", nem é independente no futuro.

  Não foi nada fácil para o antigo Papa demonstrar isso. Pois exatamente o presente da Igreja estava tão diferente do passado que perguntávamos se não seria outra "Igreja", não seria outra "Liturgia". Os abusos litúrgicos em nome da "inculturação" e "modernização" da Igreja criaram impasses graves e atitudes desconexas entre os católicos. A mudança da liturgia trouxe consigo mudanças de padrão religioso e até no campo moral. Concretamente, antes as pessoas vinham "vestidas para a Missa"; hoje, elas simplesmente vêm para Missa. Vem de shorts, bermudas, blusas e vestidos decotados que mais parecem camisolas e que deveriam ficar retidas no ambiente doméstico (no quarto mesmo, porque há roupas que nem deveriam ser apresentadas na varanda, mas que são postas dentro da Igreja).

  O silêncio tão sacro e tão benfeitor do espírito deu lugar muitas vezes a inúmeros cantos sem razão e até a hinos protestantes e mantras budistas... O corpo, tão contido e sagrado, agora rebola e bate palmas, como se a Missa fosse um "show", um espetáculo circense... Já com João Paulo II começou-se um resgate do sagrado modo de se estar diante de Deus, mas ninguém trabalhou mais neste campo que Bento XVI. Ele, pouco a pouco, em seus escritos, homilias, catequeses e, sobretudo, com gestos e atitudes demonstrou de novo o valor da Santa Liturgia. Então se pergunta: O novo Papa vai fazer tudo diferente? Ele vai mudar a Liturgia? Ele não seguirá os "ganhos" de Bento XVI? Penso que não será assim!

  Muito embora cada Papa tenha seu perfil e tenha seu modo de abordar certos temas, o entendimento do conteúdo não poderá ser diferente. Não creio que o próximo Papa vá dar "um pé atrás" às conquistas de Bento XVI. Na verdade, o Papa Bento apenas recuperou o que era da Igreja e que faz parte de seu depósito. Assim, o novo Papa vai dar continuidade aos benefícios de não se excluir o conhecimento e tradição na Igreja, mas de assimilar até as novas formas de se expressar a mesma religião de Jesus, a mesma fé que une tantas pessoas e de tantas épocas e culturas.

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