As flores, na celebração litúrgica, são sinais expressivos de que
apreciamos os mistérios da fé, o espaço em que nos reunimos, a imagem, o
sacrário ou o ambão diante dos quais as colocamos. A estética, o bom gosto, a
beleza que entra pelos olhos, bem como o perfume que se espalha por todo o
ambiente celebrativo, enobrecem e alegram a celebração cristã.
A linguagem das flores é fácil de
entender. Um ramo bonito na mesa de jantar em dia de festa, ou oferecido como
prova de amizade, ou colocado diante de uma imagem da Virgem, ou deposto sobre
a campa de uma pessoa querida que partiu, não precisa de explicações.
A exuberante oferenda de flores à
Virgem em alguns santuários famosos ou diante de qualquer imagem, a decoração
delicada do Santíssimo na noite de Quinta-feira Santa, ou a flor única que
alguém oferece a outra pessoa ou coloca junto do sacrário, são expressões de fé
e homenagem a Deus, ou de profundo amor humano, ou de ambientação festiva de um
lugar.
Na liturgia, a moderação no uso de flores,
em determinados períodos, contribui pedagogicamente para recordar que estamos a
preparar-nos para uma festa. É o que acontece no tempo do Advento, ao
recomendar-se a discrição no uso das flores, como preparação para a plena
alegria do Natal: “No tempo do Advento ornamente-se o altar com flores com
a moderação que convém à índole deste tempo, de modo a não antecipar a plena
alegria do Natal do Senhor” (Instrução Geral do Missal Romano, n. 305;
Cerimonial dos Bispos, n. 236).
Outras vezes, como na Quaresma,
proíbe-se totalmente a presença de flores em todo o espaço da igreja ou da
capela onde se celebra a liturgia, para sublinhar, no momento próprio, pelo seu
uso, a alegria da Vigília e do Tempo Pascal: «No Tempo da Quaresma não é
permitido adornar o altar com flores. Excetuam-se, porém, o domingo “Laetare”,
(IV da Quaresma),as solenidades e as festas deste tempo» (Instrução Geral
do Missal Romano, n. 305; Cerimonial dos Bispos, n. 252).
Em todas as circunstâncias e tempos
litúrgicos, “a ornamentação com flores deve ser sempre sóbria e, em vez de as
pôr sobre a mesa do altar, disponham-se junto dele” (Instrução Geral do
Missal Romano, n. 305).
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