O Papa
Francisco é conhecido por sua dedicação aos pobres do país, ele
abdicou de um palácio por um pequeno apartamento, andava de transporte público
em vez de um carro com chofer e cozinhava suas próprias refeições. Jorge Mario
Bergoglio, de 76 anos, que foi escolhido como novo papa por um
conclave de cardeais católicos, é de alguma forma um pontífice histórico, o
primeiro da ordem jesuíta e o primeiro não europeu a assumir o papel em mais de
1.200 anos. Contudo, é também uma escolha convencional, um conservador
teológico de ancestrais italianos que defende vigorosamente as posições do
Vaticano sobre aborto, casamento gay, ordenação de mulheres e outras questões
importantes da hora.
Ele foi menos enérgico, contudo, em instar a Igreja argentina a examinar sua
própria conduta durante os anos 70, quando o país foi consumido por um conflito
entre a direita e a esquerda que ficou conhecido como Guerra Suja, durante a
qual até 30 mil pessoas desapareceram, foram torturadas ou mortas por uma
ditadura militar que tomou o poder em março de 1976.
Apesar de sua aversão à teologia da libertação, que ele considera irremediavelmente influenciada pela ideologia marxista, Bergoglio enfatizou o serviço aos pobres e, como cardeal de Buenos Aires, ampliou o atendimento social e os esforços de evangelização nas favelas que cercam a capital argentina.
Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires no dia 17 de dezembro de 1936, filho de um imigrante do norte da Itália, Mario Bergoglio, e Regina Bergoglio, dona de casa. Ordenou-se padre relativamente tarde, inscrevendo-se no seminário apenas aos 21 anos de idade, depois de se graduar em química.
De toda forma, foi um aluno brilhante que gostava de estudar não apenas teologia, mas também assuntos seculares como psicologia e literatura. Ele foi ordenado padre poucos dias antes de fazer 33 anos e, dali em diante, sua ascensão dentro da Igreja foi rápida: em 1973 ele foi nomeado provincial jesuíta da Argentina, responsável por supervisionar as atividades da ordem no país.
Ele permaneceu no cargo até 1979, e seu desempenho durante a Guerra Suja foi assunto de considerável controvérsia na Argentina.
Em 2005, pouco antes do conclave do Vaticano que elevou Joseph Ratzinger ao papado, Bergoglio, que era considerado potencial candidato, foi formalmente acusado por um advogado argentino de ser cúmplice do sequestro pelos militares de dois padres jesuítas, cujas visões contra o governo ele considerou perigosamente não ortodoxas.
Os padres, que ele demitiu da ordem uma semana antes de desaparecerem, foram descobertos semanas depois em um subúrbio de Buenos Aires, drogados e parcialmente nus. Quando a ação foi movida na justiça, o porta-voz do cardeal negou as acusações como "velhas blasfêmias" em declarações para a imprensa.
A ação na justiça eventualmente foi suspensa, mas o debate sobre o caso continuou, com jornalistas argentinos publicando artigos de jornal e livros que parecem contradizer o relato de Bergoglio. As matérias se baseiam não apenas em documentos do período, tanto do governo quanto da Igreja, mas também em declarações de padres e funcionários laicos que tiveram conflitos com Bergoglio nos anos 70.
Depois que a Igreja negou por anos qualquer envolvimento com a ditadura, ele testemunhou em 2010 que tinha se encontrado secretamente com o general Jorge Videla, ex-chefe da junta militar, e o almirante Emilio Massera, comandante da Marinha, para pedir a libertação dos padres. No ano seguinte, os promotores o chamaram para testemunhar contra o sequestro sistemático de crianças pela junta militar, um assunto que também foi acusado de conhecer sem tentar impedir.
Em uma longa entrevista a um jornal argentino em 2010, Bergoglio defendeu seu comportamento durante a ditadura. Ele disse que ajudou a esconder as pessoas que eram perseguidas pela junta militar por suas opiniões políticas, ajudou outros a saírem da Argentina e fez lobby junto aos governantes militares pela soltura e proteção de outros.
Em novembro de 2005, ele foi eleito presidente da Conferência de Bispos da Argentina, por um mandato de três anos, que foi renovado em 2008. Na época que foi escolhido, a Igreja argentina estava lidando com um famoso escândalo político, do reverendo Christian von Wernich, ex-capelão da polícia de Buenos Aires, acusado de ajudar a questionar, torturar e matar prisioneiros políticos.
Apesar de sua aversão à teologia da libertação, que ele considera irremediavelmente influenciada pela ideologia marxista, Bergoglio enfatizou o serviço aos pobres e, como cardeal de Buenos Aires, ampliou o atendimento social e os esforços de evangelização nas favelas que cercam a capital argentina.
Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires no dia 17 de dezembro de 1936, filho de um imigrante do norte da Itália, Mario Bergoglio, e Regina Bergoglio, dona de casa. Ordenou-se padre relativamente tarde, inscrevendo-se no seminário apenas aos 21 anos de idade, depois de se graduar em química.
De toda forma, foi um aluno brilhante que gostava de estudar não apenas teologia, mas também assuntos seculares como psicologia e literatura. Ele foi ordenado padre poucos dias antes de fazer 33 anos e, dali em diante, sua ascensão dentro da Igreja foi rápida: em 1973 ele foi nomeado provincial jesuíta da Argentina, responsável por supervisionar as atividades da ordem no país.
Ele permaneceu no cargo até 1979, e seu desempenho durante a Guerra Suja foi assunto de considerável controvérsia na Argentina.
Em 2005, pouco antes do conclave do Vaticano que elevou Joseph Ratzinger ao papado, Bergoglio, que era considerado potencial candidato, foi formalmente acusado por um advogado argentino de ser cúmplice do sequestro pelos militares de dois padres jesuítas, cujas visões contra o governo ele considerou perigosamente não ortodoxas.
Os padres, que ele demitiu da ordem uma semana antes de desaparecerem, foram descobertos semanas depois em um subúrbio de Buenos Aires, drogados e parcialmente nus. Quando a ação foi movida na justiça, o porta-voz do cardeal negou as acusações como "velhas blasfêmias" em declarações para a imprensa.
A ação na justiça eventualmente foi suspensa, mas o debate sobre o caso continuou, com jornalistas argentinos publicando artigos de jornal e livros que parecem contradizer o relato de Bergoglio. As matérias se baseiam não apenas em documentos do período, tanto do governo quanto da Igreja, mas também em declarações de padres e funcionários laicos que tiveram conflitos com Bergoglio nos anos 70.
Depois que a Igreja negou por anos qualquer envolvimento com a ditadura, ele testemunhou em 2010 que tinha se encontrado secretamente com o general Jorge Videla, ex-chefe da junta militar, e o almirante Emilio Massera, comandante da Marinha, para pedir a libertação dos padres. No ano seguinte, os promotores o chamaram para testemunhar contra o sequestro sistemático de crianças pela junta militar, um assunto que também foi acusado de conhecer sem tentar impedir.
Em uma longa entrevista a um jornal argentino em 2010, Bergoglio defendeu seu comportamento durante a ditadura. Ele disse que ajudou a esconder as pessoas que eram perseguidas pela junta militar por suas opiniões políticas, ajudou outros a saírem da Argentina e fez lobby junto aos governantes militares pela soltura e proteção de outros.
Em novembro de 2005, ele foi eleito presidente da Conferência de Bispos da Argentina, por um mandato de três anos, que foi renovado em 2008. Na época que foi escolhido, a Igreja argentina estava lidando com um famoso escândalo político, do reverendo Christian von Wernich, ex-capelão da polícia de Buenos Aires, acusado de ajudar a questionar, torturar e matar prisioneiros políticos.
Fonte: Catolicismo Romano
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