Testemunhar e anunciar a mensagem cristã, conformando-se com Jesus Cristo. Proclamar a misericórdia de Deus e suas maravilhas a todos os homens.

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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

A missa para dar glória a Deus e não aos homens


  Só a partir da adoração e da glorificação de Deus é que a Igreja pode anunciar de maneira adequada a palavra de verdade, isto é, evangelizar. Antes que o mundo tivesse podido escutar Jesus, o Verbo eterno feito carne, pregar e anunciar o reino, Jesus calou-se e adorou durante trinta anos. É essa para sempre a lei para a vida e para a ação da Igreja, e é também a lei de todos os evangelizadores. “É na maneira de tratar a liturgia que se decide a sorte da Fé e da Igreja”, disse o Cardeal Ratzinger, nosso Santo Padre Emérito, o Papa Bento XVI. O Concílio Vaticano II queria precisamente lembrar à Igreja qual a realidade e o ato que devem ocupar o primeiro lugar na sua vida. É justamente por isso que o primeiro documento conciliar foi consagrado à liturgia. Quanto a isto o concílio dá-nos os seguintes princípios: na Igreja, e por isso mesmo, na liturgia, o humano deve orientar-se pelo divino e estar-lhe subordinado, tal como o visível relativamente ao invisível, a ação à contemplação, e o presente à cidade futura a que aspiramos (cf. Sacrosanctum Concilium, 2). A nossa liturgia terrestre participa, como o diz o ensinamento de Vaticano II, de um pré-saborear da liturgia celeste da cidade santa de Jerusalém (cf. idem, 2).

  Por isso, tudo na liturgia da Santa Missa deverá servir para se exprimir de maneira mais clara a realidade do sacrifício de Cristo, isto é, as orações de adoração, agradecimento, expiação e súplica, que o Sumo Sacerdote eterno apresentou a Seu Pai.

  O rito e todos os detalhes do Santo Sacrifício da missa devem girar sobre o eixo da glorificação e da adoração de Deus, insistindo sobre a centralidade da presença de Cristo, seja isto no sinal e na representação do Crucificado, ou na Sua presença eucarística no sacrário, e sobretudo no momento da consagração e da sagrada comunhão. Mais se respeita isto e menos o homem estará no centro da celebração, menos a celebração se assemelhará a um círculo fechado, antes se abrindo, e também de modo exterior, a Cristo, qual procissão que se dirige a Ele com o sacerdote à frente; quanto mais uma tal celebração litúrgica vier a refletir de maneira verdadeira o sacrifício de adoração de Cristo na cruz, mais ricos serão os frutos que os participantes receberão na própria alma, vindos da glorificação de Deus, e mais Deus os honrará.

  Quanto mais, durante as celebrações eucarísticas, os fiéis procurarem em verdade a glória de Deus e não a glória dos homens, nem procurarem receber a glória uns dos outros, mais Deus os honrará, deixando que a sua alma participe mais intensamente da Glória e da Honra da Sua vida divina.

  Nos dias de hoje e em vários lugares da terra, são numerosas as celebrações da Santa Missa a propósito das quais se poderiam dizer as seguintes palavras, invertendo as palavras do Salmo 113, versículo 9: “A nós, Senhor, e ao nosso nome a glória”. Mais ainda: também a essas celebrações litúrgicas se poderiam aplicar estas palavras de Jesus: “Como podeis crer, vós que recebeis a glória uns dos outros, e não buscais a glória que é só de Deus?” (Jo 5, 44).

Athanasius Schneider

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