“Deus criou o homem à
sua imagem, à imagem de Deus os criou, homem e mulher os criou” (Genesis 1,27)
Irmãos e irmãs da
Diocese de Frederico Westphalen, e homens e mulheres de boa vontade. A todos envio minha
saudação no Senhor a quem ansiosamente esperamos, celebrando o Advento. No próximo dia 11 de
dezembro, quarta-feira, o Senado Federal votará o PL 103/2012, o Plano Nacional
de Educação, que será o parâmetro educacional para todas as escolas em nosso
país.
Mediante um esforço
conjunto entre membros da Igreja Católica e das Comunidades de confissão
Evangélica, o Sen. Álvaro Dias (PSDB – PR) apresentou um relatório que
conseguiu excluir o termo “ideologia de gênero” que constava no projeto
original proposto pelo MEC. No entanto, o Sen.
Vital do Rego (PMDB – PA), da base governista, reintroduziu o mesmo conceito no
projeto substitutivo, como se lê em seu próprio texto:
Art. 2o – São
diretrizes do Plano Nacional de Educação:
“III – A superação
das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial,
regional, de gênero e de orientação sexual”.
Segundo os teóricos
da “ideologia de gênero”, os indivíduos não se devem submeter àquilo que chamam
de “ditadura do próprio corpo”, ou seja, à sua própria identidade
biofísico-sexual (que eles denominam de sexismo), mas precisam se
libertar, inventando seu próprio GÊNERO, o próprio papel social que se queira
assumir (masculino, feminino, andrógino, transgênero ou algum outro que se
possa conceber). Analisando a trajetória de países como a Suécia, este pode ser
o primeiro passo da construção de todo um sistema dissolvente da identidade
sexual das próximas gerações.
As consequências
desta teoria são funestas para uma autêntica visão antropológica do ser humano.
Além disso, tal teoria, que então seria a base do ensino em nossas escolas
sobre a identidade sexual, propõe um novo modelo de família, não mais fundada
na união entre homem e mulher, mas legitima outras formas de famílias,
consequentemente reconhecendo o chamado “casamento homossexual”. Na vigência
deste princípio, a sociedade não mais se organiza a partir das diferenças
patentes existentes entre homem e mulher, mas sim nas diversas possibilidades
de sexualidade…
Ora, tal visão é
incompatível com a fé cristã, porque “subestima a realidade biológica do ser
humano. Reducionista, supervaloriza a construção sociocultural da identidade
sexual, opondo-a à natureza”. (Keys to bioethics, da Fundação Jerôme Lejeune,
pg. 68).
Tratando-se de um
Projeto de Lei, todas as escolas (mesmo as confessionais) precisariam se
adequar, caso fosse sancionado, sob pena de serem acusadas de promoverem a
desigualdade e a discriminação. Por isso, precisamos reagir como cidadãos que
vivem a fé cristã, e solicitar de nossos representantes que atendam ao pedido
do povo brasileiro, profundamente avesso a estas práticas, não aprovando este
Projeto de lei da forma como está sendo apresentado.
Seria importante que
cada diocesano e cada pessoa de boa vontade, cidadão com direito de se manifestar,
entrasse em contato com os senadores de nosso estado, e o fizesse
imediatamente. Resta-nos pouco tempo. As famílias brasileiras contam com a
nossa prontidão.
Abaixo, coloco os
nomes, telefones e endereços eletrônicos dos senadores gaúchos em exercício,
para que aqueles que puderem, possam manifestar sua opinião contrária à
aprovação deste Projeto de Lei Complementar.
Ana Amélia de Lemos
telefone: (61) 3303 6083
FAX: (61) 3303.6091
correio eletrônico: ana.amelia@senadora.leg.br
Paulo Renato Paim
telefone: (61)
3303-5227/5232
FAX: (61) 3303-5235
correio eletrônico: paulopaim@senador.leg.br
Pedro Jorge Simon
telefone: (61)
3303-3232
FAX: (61) 3303-1304
correio eletrônico: simon@senador.leg.br
Desejando a todos, já
antecipadamente, um Feliz e Santo Natal do Senhor, abençoo-os,
+ Antonio Carlos
Rossi Keller
Bispo de Frederico
Westphalen
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