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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Nota Pastoral a respeito do PLC 103/2012 de Sua Excia. Revma. Dom Antônio Carlos Rossi Keller


“Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus os criou, homem e mulher os criou” (Genesis 1,27)

  Irmãos e irmãs da Diocese de Frederico Westphalen, e homens e mulheres de boa vontade. A todos envio minha saudação no Senhor a quem ansiosamente esperamos, celebrando o Advento. No próximo dia 11 de dezembro, quarta-feira, o Senado Federal votará o PL 103/2012, o Plano Nacional de Educação, que será o parâmetro educacional para todas as escolas em nosso país.

  Mediante um esforço conjunto entre membros da Igreja Católica e das Comunidades de confissão Evangélica, o Sen. Álvaro Dias (PSDB – PR) apresentou um relatório que conseguiu excluir o termo “ideologia de gênero” que constava no projeto original proposto pelo MEC. No entanto, o Sen. Vital do Rego (PMDB – PA), da base governista, reintroduziu o mesmo conceito no projeto substitutivo, como se lê em seu próprio texto:

Art. 2o – São diretrizes do Plano Nacional de Educação:
“III – A superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual”.

  Segundo os teóricos da “ideologia de gênero”, os indivíduos não se devem submeter àquilo que chamam de “ditadura do próprio corpo”, ou seja, à sua própria identidade biofísico-sexual (que eles denominam de sexismo), mas precisam se libertar, inventando seu próprio GÊNERO, o próprio papel social que se queira assumir (masculino, feminino, andrógino, transgênero ou algum outro que se possa conceber). Analisando a trajetória de países como a Suécia, este pode ser o primeiro passo da construção de todo um sistema dissolvente da identidade sexual das próximas gerações.

  As consequências desta teoria são funestas para uma autêntica visão antropológica do ser humano. Além disso, tal teoria, que então seria a base do ensino em nossas escolas sobre a identidade sexual, propõe um novo modelo de família, não mais fundada na união entre homem e mulher, mas legitima outras formas de famílias, consequentemente reconhecendo o chamado “casamento homossexual”. Na vigência deste princípio, a sociedade não mais se organiza a partir das diferenças patentes existentes entre homem e mulher, mas sim nas diversas possibilidades de sexualidade…

  Ora, tal visão é incompatível com a fé cristã, porque “subestima a realidade biológica do ser humano. Reducionista, supervaloriza a construção sociocultural da identidade sexual, opondo-a à natureza”. (Keys to bioethics, da Fundação Jerôme Lejeune, pg. 68).

  Tratando-se de um Projeto de Lei, todas as escolas (mesmo as confessionais) precisariam se adequar, caso fosse sancionado, sob pena de serem acusadas de promoverem a desigualdade e a discriminação. Por isso, precisamos reagir como cidadãos que vivem a fé cristã, e solicitar de nossos representantes que atendam ao pedido do povo brasileiro, profundamente avesso a estas práticas, não aprovando este Projeto de lei da forma como está sendo apresentado.

  Seria importante que cada diocesano e cada pessoa de boa vontade, cidadão com direito de se manifestar, entrasse em contato com os senadores de nosso estado, e o fizesse imediatamente. Resta-nos pouco tempo. As famílias brasileiras contam com a nossa prontidão.

  Abaixo, coloco os nomes, telefones e endereços eletrônicos dos senadores gaúchos em exercício, para que aqueles que puderem, possam manifestar sua opinião contrária à aprovação deste Projeto de Lei Complementar.

Ana Amélia de Lemos

telefone: (61) 3303 6083
FAX: (61) 3303.6091
correio eletrônico: ana.amelia@senadora.leg.br


Paulo Renato Paim
telefone: (61) 3303-5227/5232

FAX: (61) 3303-5235
correio eletrônico: paulopaim@senador.leg.br


Pedro Jorge Simon
telefone: (61) 3303-3232

FAX: (61) 3303-1304
correio eletrônico: simon@senador.leg.br


  Desejando a todos, já antecipadamente, um Feliz e Santo Natal do Senhor, abençoo-os,

+ Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen


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