De
acordo com o "Liber pontificalis" (ed. Duchesne, I, 170), era filho
de um romano chamado Rufinus; segundo a lendária “Vita beati Sylvestri” sua mãe
se chamava Justa. Após a morte de Miltiades (Melchiades), Silvestre foi feito
bispo de Roma e ocupou o posto por 21 anos. Era a época de Constantino, o
Grande, quando a posição pública da Igreja melhorou muito, uma mudança que
certamente deve ter sido bastante divulgada em Roma; consequentemente, deve-se
lamentar que haja tão pouca informação oficial a respeito do pontificado de
Silvestre. Uma lenda antiga coloca-o em relações próximas com o primeiro
imperador cristão, mas de um modo contrário aos fatos históricos.
Estas lendas foram apresentadas
principalmente na "Vita beati Sylvestri" (Duchesne, loc. cit.,
Introd., cix sq.), que foi publicada no oriente e preservada em grego, siríaco
e latim na "Constitutum Sylvestri"— um relato apócrifo de um suposto
concílio romano que pertence às falsificações de Simanco e apareceram
entre 501 e 508, e também nas “Donatio Constantini”. Os relatos desses escritos
sobre a perseguição sofrida por Silvestre, a cura e o batismo de Constantino, o
presente do imperador ao papa, os direitos garantidos à posteridade e o
concílio de 275 em Roma são totalmente lendários. O papa, entretanto,
tomou parte nas negociações a respeito do arianismo e do Concílio de Nicéia e a
expressão ‘omooúsion’ estava provavelmente acordada com ele antes do Concílio.
O pontífice também enviou legados para o primeiro concílio ecumênico. Todavia,
não é certo se Constantino planejou de antemão com Silvestre a respeito da
efetiva convocação do concílio, nem se havia uma confirmação papal sobre os
decretos além das assinaturas dos legados do papa (cf. Funk in
"Kirchengesch. Abhandlungen und Untersuchungen", I, 95, 501 sq.).
Durante o pontificado de Silvestre
foram construídas as grandes igrejas iniciadas em Roma por Constantino, como a
basílica e o batistério de Latrão nos arredores do antigo palácio imperial onde
o Papa vivia, a Basílica do palácio Sessoriano (Santa Croce), a Igreja de São
Pedro no Vaticano, e diversas igrejas em cemitérios sobre os túmulos de
mártires. Não há dúvida de que o papa promoveu a construção dessas igrejas. A
memória de Silvestre é particularmente ligada à Igreja de Equitius, que tem
esse nome por causa de um presbítero romano que, segundo é contado, erigiu esta
igreja em sua propriedade. Estava situada nos arredores das termas de
Diocleciano e ainda existe. Partes da construção atual podem ser datadas do
século quarto.
Certamente o Papa contribuiu para o
desenvolvimento da liturgia da Igreja em Roma. Além disso, durante seu reinado,
provavelmente, foi redigido o primeiro martirológio dos mártires romanos.
Silvestre também está ligado à fundação da escola romana de canto. Na Via
Salaria construiu uma igreja sobre a catacumba de Priscila, ruínas que
posteriormente foram descobertas. Foi enterrado nesta igreja. No "Depositio
episcoporum", ou lista dos dias de falecimento dos bispos romanos,
compilada por volta de um ano após a sua morte, sua festa celebra-se no dia 31
de dezembro. A mesma data é apresentada no “calendário” de Philocalus.
Portanto, esse dia é, sem dúvida, o de seu sepultamento.
Fonte:
Portal New Advent; tradução Eduardo Gama
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