Testemunhar e anunciar a mensagem cristã, conformando-se com Jesus Cristo. Proclamar a misericórdia de Deus e suas maravilhas a todos os homens.

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Voltar nosso olhar para Cristo


  Para se falar corretamente sobre a nova evangelização, é indispensável que, antes de mais, voltemos o nosso olhar para Aquele que é o verdadeiro evangelizador, Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Verbo de Deus feito Homem. O Filho de Deus veio a esta terra para expiar e resgatar o maior dos pecados, o pecado por excelência. E este que é o pecado por excelência da humanidade consiste na recusa de adorar a Deus, na recusa de reservar para Ele o primeiro lugar, o lugar de honra. Este pecado dos homens consiste no fato de não se prestar atenção a Deus, no fato de já não se ter o sentido das coisas, isto é, daqueles detalhes que têm a ver com Deus e com a adoração que Lhe é devida, no fato de não se querer ver Deus, no fato de não se querer ajoelhar diante de Deus.

  Perante tal atitude, a Encarnação é algo de incômodo, como igualmente incômoda é, por consequência, a presença real de Deus no mistério eucarístico, e incômoda, a centralidade da presença eucarística de Deus dentro das igrejas. A verdade é que o homem pecador se quer pôr a ele próprio no centro, e tanto no interior da igreja como durante a própria celebração eucarística; ele quer ser visto, quer ser notado.

  É por essa razão que a Jesus eucaristia, Deus encarnado presente no sacrário sob a forma eucarística, muitos preferem colocá-Lo de lado dentro do espaço da igreja. É incômoda até mesmo a representação do Crucificado ao centro do altar durante a celebração eucarística feita face ao povo é incômoda, porque o rosto do sacerdote acabaria por ficar tapado. E assim, é incômodo ter ao centro do altar tanto a imagem do Crucificado como Jesus eucaristia no sacrário. A consequência é que a cruz e o sacrário são deslocados para o lado. Durante a celebração, é preciso que quem assiste possa observar continuamente a cara do padre, e este sente prazer em se colocar literalmente no centro da casa de Deus. E se, ainda assim, acontecer por acaso que Jesus eucaristia seja deixado ao centro do altar, porque o Ministério dos Monumentos Históricos, mesmo em regimes ateus, proibiu que se o deslocasse por razões ligadas à conservação do patrimônio artístico, mesmo então, é frequente que durante toda a celebração o sacerdote lhe vire as costas sem escrúpulos.

  Quantas não serão as vezes em que os bravos fiéis adoradores de Cristo, na sua simplicidade e humildade, terão já exclamado: «Benditos sejais vós, Monumentos Históricos! Pelo menos, deixastes-nos Jesus no centro da nossa igreja.»

Dom Athanasius Schneider

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