“É dilacerante escutar falar
de pessoas que estão morrendo enquanto rezam… É difícil ter esperança no
Iraque”, disse a Irmã Maria Hanna da comunidade das Irmãs Dominicanas de Santa
Catarina presentes em Siena, Iraque. “As santas imagens, os ícones e todas
as estátuas estão sendo destruídas. As cruzes foram derrubadas dos telhados das
Igrejas e foram substituídas pelas bandeiras do Estado Islâmico”, descreve a
Irmã Hanna através de uma carta. Neste ponto é importante recordar que os
membros do Estado Islâmico ameaçaram agir assim com todos aqueles que se
oponham aos seus objetivos.
E em clara resposta aos pedidos de paz para o
Iraque que o Papa Francisco fez nas últimas semanas, o porta-voz dos
terroristas disse: "Conquistaremos a sua Roma, destruiremos as suas
cruzes, escravizaremos as suas mulheres com a permissão de Alá, o
elevado". Por outro lado, a Irmã Dominicana menciona o grande problema que
se vive com os deslocados e refugiados. “As coisas acontecem muito lentamente
quanto ao que se refere a proporcionar refúgio, alimentos e necessidades
básicas para as pessoas. Ainda há pessoas que vivem nas ruas. Ainda não há
acampamentos organizados fora das escolas que se utilizam como centros de
refugiados”, explicou.
Do mesmo modo, fala das minorias cristãs e
mazdeístas “que perderam as suas terras, os seus lares, os seus pertences, o
seu trabalho e o seu dinheiro. Alguns se viram separados de suas famílias e
seus seres queridos e todos estão sendo perseguidos por causa da própria
religião”, enfatizou. Também comenta sobre os esforços que os líderes católicos
estão fazendo para resolver o problema com os políticos, mas que as ações
avançam muito lentamente ou ficam em “nada”. O que produz a desconfiança em
relação aos representantes civis. Tal como afirma a religiosa, esta preocupação
chegou inclusive ao Vaticano que exortou em diversas ocasiões os líderes
políticos mundiais a não que não se acostumem com a violência que ocorre no
Oriente Médio e a que se envolvam para encontrar uma solução à crise do Iraque,
onde continuam as violações à dignidade humana por parte do Estado Islâmico.
Por último, a carta menciona que “as pessoas
estão perdendo a paciência. Perderam tudo o que tinham nos seus lugares de
origem: igrejas, os sinos das igrejas, bairros e vizinhos. É dilacerante para
eles escutar que as suas casas foram saqueadas”. Acima de tudo isto, as
religiosas pedem que não deixem de rezar por eles. Neste contexto de ameaça, na
quarta-feira 24 de setembro, o Conselho de Segurança da ONU aprovou
unanimemente uma resolução que visa frear a ameaça que supõem os combatentes
terroristas estrangeiros para a paz e segurança internacionais, como o são os
integrantes do Estado Islâmico.
Fonte: ACI Digital
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