Entre os vários encontros e
compromissos do Papa na Albânia, o ponto alto foi a solene celebração da Santa
Missa, na Praça Madre Teresa, em Tirana. Antes da celebração Eucarística, o Prefeito da cidade, Lulzim Xhelar Basha,
acompanhado de sua esposa, cumprimentou o Bispo de Roma e lhe entregou as
chaves da capital albanesa. Durante a Santa Missa, da qual concelebraram
numerosos bispos e sacerdotes, na presença de uma grande multidão de fiéis, o
Papa Francisco pronunciou sua homilia, partindo do Evangelho de hoje, no qual
Jesus chama, além dos Doze Apóstolos, também outros setenta e dois discípulos e
os envia às aldeias e às cidades para anunciar o Reino de Deus. Jesus veio trazer ao mundo o amor de Deus e o irradia através da comunhão e da
fraternidade – explicou o Pontífice -. Deste modo, ele forma uma comunidade de
discípulos: uma comunidade missionária, que a treina para a missão, para
“partir em missão”.
O método missionário é claro e simples: os
discípulos entram nas casas e o seu anúncio começa com uma saudação repleta de
significado: “A paz esteja nesta casa!”. Não se trata apenas de uma saudação,
mas de um dom: a paz. E o Papa comentou: “Encontrando-me, hoje, no meio de
vocês, queridos irmãos e irmãs da Albânia, nesta praça dedicada a uma filha
humilde e grande desta terra, a bem-aventurada Madre Teresa de Calcutá, desejo
repetir-lhes a mesma saudação dos discípulos: ‘paz nas suas casas, paz nos seus
corações, paz na sua nação! Ao longo dos séculos, nem sempre o anúncio da paz,
trazido pelos mensageiros de Jesus, foi acolhido. Também a porta deste país se
havia fechado, com proibições e prescrições de um sistema que negava Deus e
impedia a liberdade religiosa. Aqueles que tinham medo da verdade e da
liberdade tudo fizeram para banir Deus do coração do homem e excluir Cristo e a
Igreja da sua história, embora este país tenha sido um dos primeiros a receber
a luz do Evangelho”.
Repensando aqueles decênios de sofrimentos
atrozes e duríssimas perseguições contra católicos, ortodoxos e muçulmanos, -
explicou o Papa - podemos dizer que a Albânia foi uma terra de mártires! Muitos
bispos, sacerdotes, religiosos e fiéis leigos pagaram com a vida a sua fidelidade.
Não faltaram testemunhos de grande coragem e coerência na profissão da fé.
Muitos cristãos não cederam perante as ameaças, mas continuaram seu caminho,
sem hesitar. E o Papa acrescentou: “Dirijo-me, espiritualmente, àquele muro do
cemitério de Escútari, lugar-símbolo do martírio dos católicos onde ocorreram
fuzilações, onde, comovido, deponho a flor da oração e da grata e indelével
lembrança. O Senhor esteve junto de vocês, os sustentou, os guiou, os consolou.
Que a águia, representada na bandeira deste país, possa recordar-lhes o sentido
da esperança e da confiança em Deus. Ele não nos desilude, mas está sempre ao
nosso lado, sobretudo nos momentos difíceis”.
Hoje, abriram-se as portas da Albânia, onde
está amadurecendo uma nova ação missionária – afirmou o Santo Padre -. Todo
batizado deve desempenhar sua missão na Igreja e na sociedade. Cada um deve se
sentir chamado e se comprometer, generosamente, com o anúncio do Evangelho,
dando testemunho da caridade, reforçando os laços da solidariedade e promovendo
condições de vida mais justas e fraternas para todos. E o Papa declarou: “Vim aqui, hoje, para encorajá-los e aumentar a esperança, dentro e ao redor de
vocês; vim envolver as novas gerações, alimentá-los com a Palavra de Deus e
abrir seus corações a Cristo, que nos indica o caminho! Que a sua fé, alegre e
radiante, demonstre que o encontro com Cristo dá sentido à vida de cada homem.
Em espírito de comunhão, encorajo-os a dar impulso à ação pastoral e a
continuar na busca de novas formas de presença da Igreja no seio da sociedade.
Em particular, digo aos jovens: ‘Não tenham medo de responder com generosidade
a Cristo, que os convida a segui-Lo’. Muitos homens e mulheres esperam a luz do
Evangelho e a graça dos Sacramentos!”
O Bispo de Roma concluiu sua homilia,
agradecendo a Igreja na Albânia pelo seu exemplo de fidelidade ao Evangelho!
Muitos dos seus filhos e filhas sofreram por Cristo a ponto de sacrificar suas
vidas. ‘Que seu testemunho sustente seus passos, hoje e no futuro, no caminho
do amor, da liberdade, da justiça e da paz’.
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