O Cardeal Gerhard Ludwig Müller,
Chefe da Congregação para a Doutrina da Fé, responde a perguntas sobre o
matrimônio e invoca a tradição como resposta aos que pretendem mudar a teologia
do casamento. Acompanhe duas das perguntas que lhe foram dirigidas e as suas respostas
firmes baseadas na Escritura Sagrada. É um momento para meditar, compreender e
aceitar a doutrina de Jesus, sem mudar o que Nosso Senhor nos ensinou.
Mesmo
sendo difícil de entender, pode elaborar mais qual é a ideia da Igreja sobre o
matrimônio?
O matrimônio sacramental é um testemunho do
poder da graça que transforma o homem e prepara toda a Igreja para a
cidade santa, a nova Jerusalém, a própria Igreja, pronta «como uma esposa
adornada para o seu esposo» (Ap 21, 2). O Evangelho da santidade do matrimônio
deve ser anunciado com audácia profética. Um profeta tíbio procura na adequação
ao espírito dos tempos a sua própria salvação, mas não a salvação do mundo em
Jesus Cristo. A fidelidade às promessas do matrimônio é um sinal profético da
salvação que Deus doa ao mundo: «quem pode compreender, compreenda» (Mt 19,
12).
O amor conjugal é purificado, fortalecido e
aumentado pela graça sacramental: «Este amor, ratificado por um compromisso
comum e sobretudo consagrado por um sacramento de Cristo, permanece
indissoluvelmente fiel na boa e na má sorte, a nível do corpo e do espírito;
por conseguinte exclui qualquer adultério e divórcio» (Gaudium et Spes, 49). Por
conseguinte, os esposos, participando em virtude do sacramento do matrimônio do
amor definitivo e irrevogável de Deus, podem em virtude disto ser testemunhas
do amor fiel de Deus, nutrindo constantemente o seu amor através de uma vida de
fé e de caridade.
A
par desse enunciado geral – e radicalmente otimista – a Igreja deve ter os pés
no chão e conhecer a dificuldade das vidas reais. Quando o olhar da Igreja
tropeça nesses casos, que tem a dizer?
Certamente, há situações – cada pastor o sabe
– nas quais a convivência matrimonial se torna praticamente impossível por
causa de graves motivos como, por exemplo, em caso de violência física ou
psíquica. Nestas dolorosas situações a Igreja sempre permitiu que os cônjuges
se pudessem separar e não vivessem mais juntos. Contudo, deve ser esclarecido
que o vínculo conjugal de um matrimônio validamente celebrado permanece estável
diante de Deus e ambas as partes não são livres de contrair um novo matrimônio
enquanto o outro cônjuge for vivo. Os pastores e as comunidades cristãs devem, portanto,
comprometer-se em promover de todas as formas a reconciliação também nestes
casos ou, quando isto não for possível, em ajudar as pessoas concernidas a
enfrentar na fé a própria difícil situação.
Fonte: artigo de D. Gerhard
Ludwig Müller no Osservatore Romano
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