Em
1978, Rockefeller III morreu num acidente de carro, mas havia começado a
acionar o processo da revolução cultural, hoje bem avançado. Vieram logo em
seguida outros investimentos nesse sentido, como “a subversão silenciosa para
concretizar o projeto de poder global” – como conta Sanahuja – “impondo alguns
novos paradigmas éticos”. Com isso, “erigiu o sentimento da maioria das pessoas
como base de toda decisão moral e legal”. A lei natural – onde se alicerça a
família – passou a ser substituída pelo “utilitarismo sentimental da maioria”,
explica Sanahuja. E acrescenta descrevendo “o novo paradigma de família”,
denunciando a ideologia de gênero, imposta por tais grupos de poder, como “um
conceito-chave da reengenharia social anti-cristã para subverter o conceito de
família”, impondo-nos “uma visão anti-natural da sexualidade auto-construída, a
serviço do prazer”.
Tudo isso visando (afirma Dale O’Leary): “1)
menos pessoas, 2) mais prazer sexual; 3) eliminação das diferenças entre homens
e mulheres; 4) que não existam mães em tempo integral”, e que, com essa lógica
da cultura da morte, a “receita para a salvação do mundo é: 1)anticoncepcionais
grátis e aborto legal; 2) promoção da homossexualidade (sexo sem bebês); 3)
curso de educação sexual para promover a experiência sexual entre as crianças e
ensiná-las como obter contraceptivos e abortos, que a homossexualidade é normal
e que homens e mulheres são a mesma coisa; 4) eliminação dos direitos dos pais,
de forma de que estes não possam impedir as crianças de fazer sexo, educação
sexual, anticoncepcionais e abortos; 5) cotas iguais para homens e mulheres; 6)
todas as mulheres na força de trabalho; 7) desacreditar todas as religiões que
se oponham a esta agenda”. Trata-se, como destaca o amigo Jorge Scala, “de uma
nova antropologia, que deveria iniciar uma nova cultura. No entanto, essa
doutrina, por sua falta de correspondência coma realidade, somente pode ser
imposta ideologicamente, isto é, restringindo a liberdade das pessoas mediante
uma articulada manipulação semântica, através dos meios formais e informais da
educação”.
Com tudo isso, sabemos que, quarenta anos
depois de Paulo VI ter decepcionado Rockefeller III, o desafio dos bispos no
Sínodo de outubro, que terá como tema central a questão da família. Que respostas
darão agora? Fidelidade ao Magistério da Igreja, ou cederão às pressões por
flexibilização? Por isso, podemos dizer que depois de tantos ataques sem
trégua, e com todo o aparato tecnológico dos mass media, requer que
intensifiquemos a oração e a vigilância, no aguardo das respostas que o Sínodo
deverá oferecer ao papa. Sabemos que mais uma vez urge a coragem dos sucessores
dos apóstolos em serem fiéis à sã doutrina, pois a família, primeira e
principal de todas as instituições humanas, está hoje sob o fio da navalha.
Prof.
Hermes Rodrigues Nery é especialista em Bioética, pela PUC-RJ.
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