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sexta-feira, 7 de março de 2014

A família sob o fio da navalha (Parte 4)


  Em 1978, Rockefeller III morreu num acidente de carro, mas havia começado a acionar o processo da revolução cultural, hoje bem avançado. Vieram logo em seguida outros investimentos nesse sentido, como “a subversão silenciosa para concretizar o projeto de poder global” – como conta Sanahuja – “impondo alguns novos paradigmas éticos”. Com isso, “erigiu o sentimento da maioria das pessoas como base de toda decisão moral e legal”. A lei natural – onde se alicerça a família – passou a ser substituída pelo “utilitarismo sentimental da maioria”, explica Sanahuja. E acrescenta descrevendo “o novo paradigma de família”, denunciando a ideologia de gênero, imposta por tais grupos de poder, como “um conceito-chave da reengenharia social anti-cristã para subverter o conceito de família”, impondo-nos “uma visão anti-natural da sexualidade auto-construída, a serviço do prazer”.

  Tudo isso visando (afirma Dale O’Leary): “1) menos pessoas, 2) mais prazer sexual; 3) eliminação das diferenças entre homens e mulheres; 4) que não existam mães em tempo integral”, e que, com essa lógica da cultura da morte, a “receita para a salvação do mundo é: 1)anticoncepcionais grátis e aborto legal; 2) promoção da homossexualidade (sexo sem bebês); 3) curso de educação sexual para promover a experiência sexual entre as crianças e ensiná-las como obter contraceptivos e abortos, que a homossexualidade é normal e que homens e mulheres são a mesma coisa; 4) eliminação dos direitos dos pais, de forma de que estes não possam impedir as crianças de fazer sexo, educação sexual, anticoncepcionais e abortos; 5) cotas iguais para homens e mulheres; 6) todas as mulheres na força de trabalho; 7) desacreditar todas as religiões que se oponham a esta agenda”. Trata-se, como destaca o amigo Jorge Scala, “de uma nova antropologia, que deveria iniciar uma nova cultura. No entanto, essa doutrina, por sua falta de correspondência coma realidade, somente pode ser imposta ideologicamente, isto é, restringindo a liberdade das pessoas mediante uma articulada manipulação semântica, através dos meios formais e informais da educação”.

  Com tudo isso, sabemos que, quarenta anos depois de Paulo VI ter decepcionado Rockefeller III, o desafio dos bispos no Sínodo de outubro, que terá como tema central a questão da família. Que respostas darão agora? Fidelidade ao Magistério da Igreja, ou cederão às pressões por flexibilização? Por isso, podemos dizer que depois de tantos ataques sem trégua, e com todo o aparato tecnológico dos mass media, requer que intensifiquemos a oração e a vigilância, no aguardo das respostas que o Sínodo deverá oferecer ao papa. Sabemos que mais uma vez urge a coragem dos sucessores dos apóstolos em serem fiéis à sã doutrina, pois a família, primeira e principal de todas as instituições humanas, está hoje sob o fio da navalha.


Prof. Hermes Rodrigues Nery é especialista em Bioética, pela PUC-RJ.

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