Testemunhar e anunciar a mensagem cristã, conformando-se com Jesus Cristo. Proclamar a misericórdia de Deus e suas maravilhas a todos os homens.

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terça-feira, 25 de março de 2014

Hoje é a Solenidade da Anunciação do Senhor


  Deus que no decorrer dos séculos, tinha encarregado os profetas de transmitir aos homens a Sua palavra, ao chegar a plenitude dos tempos, determina enviar-lhes o Seu próprio Filho, o Seu Verbo, a Palavra feita Carne. Contudo, o Pai das misericórdias quis que a Encarnação fosse precedida da aceitação por parte daquela que Ele predestinara para Mãe, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte, também outra mulher contribuísse para a vida (Lumen gentium, 56).

  No momento da Anunciação, através do Anjo Gabriel, Deus expõe portanto, a Maria os Seus desígnios. E Maria, livre, consciente e generosamente, aceita a vontade do Senhor a seu respeito, realizando-se assim o mistério da Encarnação do Verbo. Nesse momento, com efeito, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade começa a Sua existência humana. O filho de Deus faz Se Filho do Homem. O Deus Altíssimo torna-Se o “Deus conosco”.

  Ao celebrar este mistério, precisamente nove meses antes do Natal, a Solenidade da Anunciação orienta-nos já para o Nascimento de Cristo. No entanto, a Encarnação está intimamente unida à Redenção. Por isso, as Leituras (especialmente a segunda) introduzem-nos já no Mistério da Páscoa. Essencialmente festa do Senhor, a Anunciação não pode deixar de ser, ao mesmo tempo, uma festa perfeitamente mariana. Na verdade, foi pelo sim de Maria que a Encarnação se realizou, a nova Aliança se estabeleceu e a Redenção do mundo pecador ficou assegurada.


  Assim se expressou São Leão Magno: “A humildade foi assumida pela majestade, a fraqueza pela força, a mortalidade pela eternidade. Para saldar a dívida da nossa condição humana, a natureza impassível uniu-se à nossa natureza passível, a fim de que, como convinha para nosso remédio, o único mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, pudesse ser submetido à morte como homem e dela estivesse imune como Deus. Numa natureza perfeita e integral de verdadeiro homem nasceu o verdadeiro Deus, perfeito na sua divindade, perfeito na sua humanidade. Por nossa humanidade queremos dizer a natureza que o Criador desde o início formou em nós e que Ele assumiu para a renovar.



  Mas daquelas coisas que o Enganador trouxe e o homem enganado aceitou, não há nenhum vestígio no Salvador; nem pelo fato de se ter irmanado na comunhão da fragilidade humana Se tornou participante dos nossos delitos. Assumiu a forma de servo sem mancha de pecado, elevando a humanidade, não diminuindo a divindade: porque aquele aniquilamento pelo qual o Invisível se fez visível, e o Criador e Senhor de todas as coisas quis ser um dos mortais, foi uma condescendência da sua misericórdia, não foi uma quebra no seu poder. Por isso Aquele que, na sua condição divina, fez o homem, assumindo a condição de servo fez-Se homem”.

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