Diz
ele: Então, correu tudo bem no Domingo?
Digo
eu: Correu bem o quê, no Domingo?
Diz
ele: Aquelas homilias que fizeste nas Missas de Jardim Esperança e de São Pedro.
Digo
eu: Pelo que percebi, as pessoas estavam bem atentas e uma veio me agradecer,
dizendo-se mais leve... acho que correu muito bem, por quê? Estás interessado?
Diz
ele: Não, não tenho interesse nenhum nisso. Só tenho pena é que andes a perder
tempo; porque as pessoas ouvem e até gostam, mas depois nada muda. Elas
continuam as mesmas.
Digo
eu: Como é que tens tanta certeza nisso?
Diz
ele: Porque sei, porque as conheço. É tão fácil distrair as pessoas! Ainda mais
no carnaval... São tão ingênuas, tão indisciplinadas, tão bobas, tão carentes,
tão ávidas por novidades e festas, sentimentais, frágeis...
Digo
eu: Mas olha que ouvem e até se interessam, refletem e questionam. Meditam nas
verdades de Deus e se suas vidas estão de acordo. Não pelas minhas palavras,
mas porque Deus se serve delas para as tocar. A Palavra de Deus não volta ao
céu sem antes deixar algo fértil no coração e na mente de muitos. Todos nós
sacerdotes sabemos disso!
Diz
ele: Talvez sim! Talvez duas ou três pessoas, quando muito vão pensar, meditar
e seguir o que tu falas! Tenho pena dos padres! Lutam numa batalha que já
perderam para o mundo... É como te falo: andas a perder tempo!
Digo
eu: Isso querias tu, perverso tentador! Que eu desistisse de falar de Deus e da
sua verdade quando me pedem! Mas olha, ainda bem que tu próprio admites que
duas ou três ouviram e refletiram. Essas bastam para eu saber que não ando a
perder tempo nenhum. Nosso Senhor não começou sua obra com 12 imperfeitos?
Agora, afasta-te Satanás, nunca me aconselhes coisas vãs! Bebe tu mesmo o teu
veneno! É mau o que me ofereces! Tu não me convences! Os justos ainda existem!
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