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quarta-feira, 5 de março de 2014

Significado e espiritualidade


  Com esta Quarta-feira de Cinzas iniciamos o tempo da Quaresma. Mesmo sendo o tempo do Ano litúrgico preparatório da Páscoa, que é a grande celebração do mistério da Salvação pela morte e ressurreição de Jesus Cristo, a Quaresma tem sua importância em si; não é apenas uma etapa, um interstício, mas realmente um momento fundamental de vivência do Evangelho através de práticas concretas.  Este dia marca o início deste tempo de penitência profunda e de uma particular intimidade com Deus. A origem do costume de se colocar cinza sobre a cabeça do fiel nesse dia surgiu já na Igreja primitiva: os cristãos obrigados a fazer penitência pública, em razão de alguma falta grave, recebiam as cinzas em suas cabeças e vestiam-se de roupas de saco para se distinguirem dos demais penitentes.

  Por determinação do Papa Urbano VI, no Concílio de Benevento, realizado em 1091, estendeu-se a todos os fiéis esse costume, não mais para distinguir, senão para que todos os cristãos tomassem consciência de sua indignidade e de sua condição de pecadores. O costume do uso das cinzas e das roupas penitenciais, porém, remonta ao Antigo Testamento. A cinza imposta na cabeça era um sinal de arrependimento e expiação. A Bíblia apresenta, por exemplo Jó que, entristecido por sua condição, exclama: “Repreendo-me a mim mesmo, e faço penitência no pó e na cinza” (Jó 42, 6). Noutra passagem, para restaurar o pecado cometido por Achan na tomada de Jericó, Josué e os anciãos de Israel cobrem-se de cinza (Josué 7, 6). No Novo Testamento é o próprio Jesus quem se utiliza deste símbolo quando diz que os habitantes de Tiro e de Sidônia teriam se arrependido sob o cilício e a cinza, se tivessem visto os milagres operados por Ele na Judeia (Mt 11, 21).


  Muitos se perguntam de onde vêm as cinzas que se utilizam hoje, na cerimônia da Missa. Para se obtê-las são queimados os ramos bentos no Domingo de Ramos do ano anterior. Mas na ausência de tais ramos, quaisquer outros podem ser utilizados. Entretanto, o simbolismo de ser os mesmos ramos daquele Domingo é magnífica: A festa, o Hosana daquele dia é efêmero; nunca deixaremos de ser pó e de experimentar a indigência, a simplicidade e a pequenez. A cinza é símbolo do nada das coisas humanas: “Lembra-te que és pó e ao pó hás de voltar”, é o que nos dirá a Igreja neste dia, convidando-nos à humildade ou “Convertei-vos e crede no Evangelho”, nos indicando o caminho da Palavra de Deus para uma vida santa.

  A Quarta-feira de Cinzas é um dia de recolhimento, de oração mais profunda e de demonstração de reverência perante Deus. Dia de desligar-se um pouco do mundo e, inclusive, não fazer uso ou diminuir o uso de aparelhos de som e vídeo, para que o espírito esteja mais tranquilo e sem distrações. Aliado ao silêncio deste dia, também estão o jejum e a abstinência de carne - obrigatórios para os fiéis, de acordo com sua faixa etária.

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