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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Crucifixo no meio do altar? Comunhão na mão? Entenda as razões.



  Com relação à celebração voltada para o crucifixo, vemos que por norma o Santo Padre mantém o posicionamento ao altar chamado de “voltado para o povo”. Apenas em poucas ocasiões celebrou voltado para o crucifixo. Como toda celebração da Missa, qualquer que seja a posição física do celebrante, é voltada para o Pai através de Cristo no Espírito Santo e nunca voltada “para o povo”, não admira que quem celebre a Eucaristia possa estar voltado também fisicamente “em direção ao Senhor”.

  No que diz respeito, finalmente, ao modo de distribuir a Santa Comunhão aos fiéis, é preciso distinguir o aspecto de recebê-la sobre a língua daquele de recebê-la de joelhos. Na atual forma ordinária do Rito Romano (ou Missal de Paulo VI), os fiéis têm o direito de receber a Comunhão tanto de pé quanto de joelhos. Se o Santo Padre estabeleceu conferi-la de joelhos, penso – obviamente esta é apenas minha opinião pessoal – que ele considere esta posição mais adequada para expressar o sentimento de adoração que devemos sempre cultivar ao receber o dom da Eucaristia.

  Na Sacramentum Caritatis, citando Santo Agostinho, o Papa lembrou que, ao receber o Pão Eucarístico, devemos adorá-lo, porque não adorando incorreríamos em pecado. Antes de distribuir a Comunhão, o próprio sacerdote realiza a genuflexão diante da Hóstia; porque não ajudar os fiéis a cultivar esse sentimento de adoração por meio do mesmo gesto?

  No que diz respeito a receber a Comunhão sobre a mão, deve-se lembrar que essa prática é hoje possível em muitos lugares (possível, mas não obrigatória), mas permanece uma concessão, uma vez que a norma ordinária estabelece que a Comunhão seja recebida somente sobre a língua. Esta concessão foi feita às Conferências Episcopais que a requisitaram, e não partiu da Santa Sé promovê-la. Portanto, nenhum bispo membro de uma Conferência Episcopal que tenha requisitado e obtido essa licença está obrigado a aplicá-la em sua diocese; cada bispo tem liberdade para decidir aplicar a norma universal, que permanece vigente apesar de todas as licenças concedidas, e que estabelece que os fiéis devem receber a Santa Comunhão sobre a língua. Assim, é importante que o próprio Santo Padre mantenha a regra tradicional, confirmada mais uma vez por Paulo VI, que proíbe os fiéis de receberem a comunhão sobre a mão.


Monsenhor Mauro Gagliardi, professor ordinário da Faculdade de Teologia do Ateneu Pontifício “Regina Apostolorum” de Roma, consultor do Ofício de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice

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