Estou ainda perplexo com
a notícia da renúncia do Santo Padre, o Papa Bento XVI. Sinais dos tempos...
Essa é a quarta vez que isso acontece na História da Igreja, algo totalmente
fora do comum. É verdade que existe na Igreja essa possibilidade a partir de
sua própria lei. Diz o Código de Direito canônico, cânon 332, parágrafo 2° que “se
acontecer que o romano pontífice renuncie a seu múnus, para a validade se
requer que a renúncia seja livremente feita e devidamente manifestada, mas não
aceita por alguém”.
Pessoalmente, estou consternado. O Papa João
Paulo II estava muito mais debilitado e não renunciou. O que houve a Bento XVI?
O que empurrou o Papa a uma ação tão extrema? O que imagina o Papa que vai
acontecer após sua renúncia? São perguntas que ainda me faço. Rezo pelo Santo
Padre e triste, muito triste, esperarei dolorosamente o dia 28 de Fevereiro.
Leiam, na íntegra, as próprias palavras do Santo Padre:
DECLARATIO
Caríssimos Irmãos,
convoquei-vos para este
Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos
comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de
ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à
certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas
para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que
este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as
obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia,
no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande
relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o
Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor
este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de
reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me
foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena
liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São
Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo
que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a
sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem
tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.
Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração
vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do
meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a
Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e
peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os
Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito,
nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada
à oração, a Santa Igreja de Deus.
Vaticano, 10 de Fevereiro de
2013.
BENEDICTUS PP XVI
Padre,fiz as mesmas perguntas que o senhor,e só tive como resposta as lágrimas e o silêncio....silêncio que machuca o coração!
ResponderExcluirLembro-me de sábado, na missa,qdo o senhor pedia orações pelo Santo Padre lembrando,a cada um de nós,a idade avançada e a sua saúde debilitada.
Fico imaginando o que ele deve estar sentindo e a dor dessa decisão...
Só nos resta rezar por ele e por toda a Igreja.
Que Deus nos abençoe,nos dê forças e nos prepare para o dia 28.
"Nada estará perdido enquanto estivermos em busca" (Sto Agostinho)
Meu coração esta cheio de tristeza... Mais devemos procurar descobrir e entender através da oração os desígnios de Deus. E em Deus esperar as respostas adequadas...
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