O povo
brasileiro já se acostumou a ficar mais alegre em Fevereiro. Tudo é festa.
Tudo se esquece. Tudo é colorido. É carnaval! Comprometidos
com a Verdade eterna, com o Reino e com as disposições da Igreja, não podemos
deixar de lado esta vertente de nosso povo; noutras palavras, este valor
antropológico (da alegria de uma festa popular) deve ser considerado e até
trabalhado por nossa Igreja. Diversas formas já têm sido utilizadas como retiros,
acampamentos e “louvores”. Quero me deter não nestas formas práticas, mas na
disposição interior das pessoas envolvidas neste evento.
A alegria é
uma das mais belas manifestações do ser humano. Dizer-se “alegre”, significa
mostrar-se plenamente satisfeito, bem, equilibrado. A concepção cristã de
“alegria” se intui daí mesmo: buscar fidelidade e dedicação no que se faz,
buscar a santidade, é ser feliz. O próprio Senhor nos apresentou tal coisa
através das “bem-aventuranças” – o mesmo que dizer “felicidades”.
Bem, agora
confrontemos a alegria carnavalesca
com a alegria cristã: a primeira depende
dos aspectos externos, do lugar animado, da fantasia que se usa, da música alta
que se toca e, talvez, daquilo que se bebe. A alegria cristã depende dos
aspectos internos, da presença de Deus a nossa alma, da sinceridade de ser o
que se é – sem máscaras, de boas músicas ouvidas pelo coração e tocadas ao
ouvido ou mesmo do silêncio e, sem dúvida, da doce comunhão espiritual ou
eucarística com o Senhor.
A alegria profunda
que Cristo oferece e a alegria confortadora dos problemas querida por nós devem
se encontrar. Um lugar próprio para ambas é o período da Quaresma.
A Quaresma,
como sabemos, é um tempo fecundo de reflexão sobre nosso modo de vida e também
um período de preparação para a Páscoa do Senhor. Ela se apresenta como um
recomeço da nossa espiritualidade. Creio que o recomeço é uma forma de se
encontrar, de se rever, de tomar um novo rumo, de refazer experiências e
propósitos. Este é um grande momento para perguntarmos-nos da nossa alegria, do
valor de nossa vida e do seu curso.
A Quaresma
deve nos leva a seguir mais de perto os passos de Jesus, revitalizando nosso
ser, deixando coisas antigas. É hora e é agora de tentar neste ano sermos mais
santos, mais alegres, mais joviais; há muitos de nós envelhecidos no pecado e
no mal, no preconceito e na falta demasiada. Busquemos neste tempo da Quaresma
a juventude que é qualidade de vida (e não um tempo de vida). Enrugue-se a
pele, não a alma! Um bom início de
exercícios quaresmais.
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