Mãos
do sacerdote, mãos predestinadas,
Mãos
de Jesus Cristo, mãos divinizadas,
Feitas
lá no céu de essências imortais.
Mãos
do sacerdote, feitas sob modelo
Que
Jesus traçara cheio de desvelo,
Desde
todo sempre, mãos sacerdotais.
*
Mãos do sacerdote para a cruz voltadas,
Mãos
de lírios roxos sobre a cruz pregadas,
Sempre,
sempre abertas, sem fechá-las mais,
Mãos
de sofrimentos, mãos de mil suplícios,
Têm
as veias rubras feitas de cilícios,
Mãos
de mil calvários, mãos sacerdotais.
*
Mãos
do sacerdote, mãos de toda hora,
Quando
a noite é negra, quando brilha a aurora,
Quando
reina a calma, quando há temporais,
Mãos
de sacerdote, mãos de toda gente,
Mãos
do fervoroso, mãos do indiferente,
Mãos
dos sofredores, mãos sacerdotais.
*
Mãos
do sacerdote, mãos feitas de lodos,
Frágeis,
passageiras, como as mãos de todos,
Filhas
do pecado como as dos demais,
Mãos
feitas de lodo, frágeis, pecadoras…
Mãos
purificadas, santas, redentoras…
Beatificantes,
mãos sacerdotais.
*
Quantas
mãos existem. Que diversidade!
Mãos
para a virtude, mãos para a maldade,
Mãos
cheias de lodo, mãos cheias de luz.
Mãos
que ferem, mãos que fecham as feridas,
Mãos
que dão a morte, mãos que dão a vida,
Mãos
que dão o diabo, mãos que dão Jesus.
*
Quantas
mãos existem. Que diversidade!
Mas
somente vós não sois como as demais.
Pois
somente vós levais à eternidade;
E há
recantos n’alma em que só vós tocais.
E há
espinhos fundos que ninguém alcança,
E há
doridos prantos que ninguém estanca
A
não serdes vós, ó mãos sacerdotais!
*
Mãos
do sacerdote, luz, calor, guarida,
Para
cada morte trazem uma vida,
Para
cada vida acendem mil fanais.
Mãos
do sacerdote, báculo que arrima,
Bálsamo
que alenta, asa que sublima,
Cofre
dos consolos, mãos sacerdotais.
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