Testemunhar e anunciar a mensagem cristã, conformando-se com Jesus Cristo. Proclamar a misericórdia de Deus e suas maravilhas a todos os homens.

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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Homilia do 2° Domingo da Quaresma



  Continuamos nossa caminhada quaresmal. Avançamos para a segunda semana. O Evangelho da Transfiguração nos conduz à meditação sobre o caminho que percorremos com Cristo: é luminoso ou obscuro? É claro ou sinistro? Jesus, ao se revelar como luz, revela não apenas o que Ele é, mas também a nossa profunda vocação, a de sermos “luz do mundo”. O discípulo de Cristo ou será alguém luminoso ou não será nada.

  Para explicar a luz, o Senhor nos apresenta a cruz; ela é instrumento de salvação e só ela poderá purificar nosso olhar, nosso ser, nossa vida. “Ad lucem per crucem” – “À luz pela cruz”. O brilho cristão diverge do brilho meramente humano. O humano tem prazo de validade, é fugaz, passageiro, limitado. O brilho divino é eterno, radiante sem perder o fulgor, verdadeiro e forte, nada o pode impedir. É verdade que algumas situações de escuridão assolam a humanidade e a nós mesmos, mas elas não são verdadeiras, não vem do Cristo e, por isso, estarão fadadas ao fim. O mal tem fim, o bem não.

  Para que seus apóstolos não tivessem medo da dor ou da cruz, o Senhor apresenta a testemunhas oculares o brilho do seu Ser. A iminência da cruz pode assustar, mas o convite à luminosidade é sempre confortador. Apesar das trevas que trazemos e das trevas que nos rodeiam, o Senhor permanece como luz, mais forte que a dor, mais forte que o pecado, mais forte que o mal.

  Dois personagens atestam a veracidade da luz de Deus: Moisés e Elias. Lei e Profecia atestam que Cristo é o Messias, é o Esperado, é o Bem vindo. Mesmo após a morte, os justos confirmam o parecer do Pai. Testemunhar a luz, ainda mais nestes tempos, não é fácil. Indicar onde há luz e onde há trevas, não é tarefa aplaudida, acolhida. Hoje, com a força de Moisés e Elias, somos chamados a mostrar a verdade e a luz que ela encerra.

  Interessante a observação de São Lucas: os discípulos tinham sono. Este sono voltará aos apóstolos no Horto das Oliveiras. Sono do desconhecimento, sono da falta de atenção, sono da fraqueza humana, sono da inércia espiritual, da tibieza. Quantas vezes não estamos sonolentos? Frios às investidas de Deus e à sua Palavra?

  Que sejamos como Abraão, servo dócil e atento, que mereceu fazer aliança com Deus e mudar toda a sua vida com a presença do Senhor nela. Abramos nosso coração, acolhamos a luz de Deus!

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