A folia já começou por todo
o Brasil. No Rio, os blocos já contam centenas e milhares de pessoas. De todo,
o carnaval não é ruim. Ou melhor, não nasceu ruim. E quem vai para a folia,
deve sempre lembrar do valor bom deste evento e, principalmente, que você vai
dançar e cantar como um cristão, não como um pagão. O convite de Jesus de ser
luz é para todo lugar e na companhia de qualquer um. Portanto: roupas
indecentes, músicas com palavras chulas e duplo sentido, bebedeiras, uso de
entorpecentes, sexo livre e gestos de luxúria não combinam com o católico.
O carnaval marca o calendário religioso. Ele
nasceu no período pré-cristão, como uma festa popular de alegria pela semeadura
que poderia ser feita, após longo e rigoroso inverno. Para saudar o fim do
inverno e o despontar da primavera, os povos dançavam, cantavam, comiam,
bebiam, e se alegravam; era um sobressalto de vida em meio às dificuldades de
um inverno que muitas vezes trazia fome e morte. No entanto, não durou muito
para que esta festa fosse desvirtuada.
Na Europa, como festa profana, o carnaval
tomou ares de “festa de liberdade de expressão”, onde se poderia ser o que
quisesse, subvertendo os papeis, debochando da realidade e de pessoas e dando
vazão a todos os instintos, principalmente os sexuais. Máscaras, fantasias,
tudo tomou nesta época um sentido ruim: o de se esconder para fazer o que
quiser, sem retaliações. Quando o cristianismo cresceu e se fortaleceu, a
religião “adotou” o carnaval e tentou lhe dar um sentido mais moral. A festa
continuou, mas ela seria um pré evento da grande festa da Páscoa do Senhor.
Entremeada entre o carnaval e a maior Festa cristã, a Páscoa, haveria um tempo
de recolhimento da alegria e das forças, para se exultar de novo depois; este
tempo é a Quaresma.
Em 1091 a Igreja fixou o início da Quaresma
e, consequentemente, também o tempo do carnaval. O carnaval seria no fim de
semana que antecede a Quaresma, até a terça-feira, chamada de “terça-feira
gorda”, que seria o último dia para se banquetear, antes de se entrar na
abstinência quaresmal. Inclusive, a origem da palavra “carnaval” seria cristã e
ligada a abstinência de carne: da expressão latina “carne vale!” (adeus,
carne!). Com a Quarta-feira de Cinzas, iniciaria a Quaresma.
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