Testemunhar e anunciar a mensagem cristã, conformando-se com Jesus Cristo. Proclamar a misericórdia de Deus e suas maravilhas a todos os homens.

Páginas

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Quaresma: O Mistério do olhar de Cristo



Iniciamos com a Quarta-feira de Cinzas o tempo da Quaresma. É um tempo propício de reflexão e de oração, um itinerário espiritual que todos devemos fazer. É o Senhor mesmo a nos guiar neste caminho de sacrifício e silêncio. E nos guia para onde? Para ver o quê?

Bem, primeiramente, vale lembrar que o deserto teve sempre na concepção cristã um duplo sentido: encontro com Deus e lugar de provação. Encontramos Deus no silêncio, na paz, no despojamento dos excessos, na oração... E somos provados na tentação da ganância, da vaidade, da falta de fé (substituição do crer pelo fazer), da raiva... Certamente já experimentamos ambas as coisas, o encontro com Deus e as provações, em nossa vida. Então, por que não dizer que a vida e o deserto de igualam? Creio que sim; e aqui está minha primeira resposta: o Senhor nos guia, no tempo da Quaresma, por dentro de nossa própria vida para encontrar, nos vestígios da passagem, o próprio Deus e a sua mensagem. No entanto, para ver a Deus na nossa vida e descortinarmos sua mensagem, é preciso que o nosso olhar seja o de Cristo.

O olhar de Cristo se distingue de outros por sua intenção, por seu desejo e por sua forma:

- Por sua intenção: o olhar de Cristo deixa entrever, claramente, que não intenciona outra coisa senão a salvação de cada homem;

- Por seu desejo: o olhar de Cristo revela o seu desejo de estar com os fracos, os pequenos, os pobres, os humildes, enfim, todos os necessitados de amor;

- Por sua forma: o olhar do Senhor se debruça de forma sincera, verdadeiramente, sobre os que se põem em seu caminho.

O Misterioso olhar de Cristo pode ser desvendado por cada um de nós quando, imitando o mesmo, lançamos sobre o próximo um olhar de novidade e misericórdia, de verdade e de acolhimento... A Quaresma que ora iniciamos, quer ser ocasião profunda de renovação do nosso olhar, um modo para nos conformarmos ao olhar de Cristo.  Assim, o jejum, a esmola e a oração que intensificamos neste tempo, não é somente um olhar sobre nós, mas também sobre a realidade que nos cerca um olhar de conversão íntegra: para mim e para o outro.

Que este tempo seja para nós, de reflexão sobre nossa própria vida, sobre Deus nela e nós n’Ele, fazendo-nos superar nossas imperfeições para nos achegar à graça da conversão. E que esta experiência nos leve a ter mais Deus em nós, pois, como dizia a Beata Teresa de Calcutá, “quem não  dá Deus, dá demasiado pouco”. Que tenhamos Deus! Que demos Deus!

Com uma bênção,


Pe. Helcimar Sardinha

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você pode deixar seu comentário ou sua pergunta. O respeito e a reverência serão sempre bem vindas.