Consideremos que a graça
salvadora de Deus que se manifestou a todos os homens foi o profundíssimo amor
de Jesus Cristo aos homens. Esse amor, embora tenha sido da parte de Deus
sempre idêntico, nem sempre foi igualmente manifesto.
Antes fora prometido muitas profecias e
encoberto sob o véu de muitas figuras. Mas, no nascimento do Redentor,
deixou-se ver claramente, aparecendo aos homens o Verbo eterno como menino
deitado sobre o feno, gemendo e tremendo de frio, começando já assim a
satisfazer pelas penas que merecíamos e dando-nos a conhecer o afeto que nos
tinha, sacrificando por nós a vida: "Nisto conhecemos a caridade de Deus,
porque Ele deu sua vida por nós". Manifestou-se, pois, a graça salvadora
de Deus, e manifestou-se a todos os homens. Mas porque não o conheceram todos e
ainda hoje há tantos que, podendo, não o conhecem? Porque "a luz veio ao
mundo e os homens amaram mais as trevas que a luz" (Jo 3,19). Não o
conheceram nem o conhecem porque não querem conhecê-lo e amam mais as trevas do
pecado do que a luz da graça. Não pertençamos ao número desses infelizes. Se
até aqui temos fechado os olhos à luz, pensando pouco no amor de Jesus Cristo,
procuremos, até o fim de nossa vida, ter sempre ante os olhos os sofrimentos e
a morte de nosso Redentor, para amar a quem tanto nos amou: "Aguardando a
bem-aventurada esperança e a vinda gloriosa do grande Deus e Salvador
Nosso Jesus Cristo" (Tt 2,13).
Assim poderemos
confiar fundadamente, segundo as divinas promessas, alcançar aquele paraíso que
Jesus Cristo nos conquistou com seu sangue. Nesta primeira manifestação vem
Jesus Cristo como menino, pobre e desprezado, nascido num estábulo, coberto de
pobres panos e reclinado na palha, mas na segunda aparição virá sobre um trono
de majestade: "E verão o Filho do Homem vir sobre as nuvens do céu com
grande poder e majestade" (Mt 24,30). Feliz naquela hora quem não o tenha
odiado ou desprezado.
Reza-se
o Terço e a Ladainha de Nossa Senhora
Oração:
Ó, Santo Menino, agora vos
contemplamos sobre a palha, pobre, aflito e abandonado; mas sabemos que vireis
um dia para julgar-nos sobre esplendoroso trono, rodeado de anjos.
Perdoai-nos antes de
julgar-nos. Então sereis um juiz rigoroso, mas agora sois nosso Redentor e
nosso Pai misericordioso. Ingratos fomos, não vos conhecendo por não querer
conhecer-vos, e em vez de pensar em amar-vos, considerando o amor que nos tivestes,
só pensamos em satisfazer nosso apetite, desprezando vossa graça e vosso amor.
Em vossas mãos pomos nossa alma, que tantas vezes nos esforçamos por perder,
para que Vós as salveis. "Em tuas mãos entrego meu espírito: tu me
livrarás. Senhor, Deus de Verdade" (Sl 30,6). Em Vós deposito minhas
esperanças, pois seis que, para resgatar-me do inferno, destes sangue e vida.
Tu me livrarás, Senhor, Deus de Verdade.
Não me fizestes
morrer quando eu estava em pecado e me esperastes com tanta paciência para que,
entrando em mim, me arrependesse de vos ter ofendido, começasse a amar-vos e
assim pudésseis perdoar-me e salvar-me. Sim, meu Jesus, quero agradar-vos;
arrependo-me de todo o mal e desgosto que vos tenho causado. Salvai-me por
vossa misericórdia e seja minha salvação amar-vos sempre nesta vida e por toda
a eternidade. Minha amada Mãe, recomendai-me a vosso Filho, fazei-o ver que sou
servo vosso e que em Vós pus minha esperança, pois Ele vos ouve e não vos nega
nada. Amém.
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