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domingo, 9 de dezembro de 2012

Homilia do 2° Domingo do Advento



  O Advento não é um tempo apenas de reflexão, mas de apelo à conversão. Internamente e externamente, a Palavra de Deus nos confronta e nos exige uma tomada de nova posição na vida. Este é o Domingo em que João Batista apresenta a proposta de conversão a muitos, pregando o que Isaías já havia pedido em nome de Deus.

  A figura de João é ímpar. Posto pelo Senhor como “profeta do Messias”, ele tem consciência de sua pequenez e da grandeza de seu ministério, da importância de sua pregação. Ele não traz novidades, mas prega o que os antigos já produziram. O que faz do Batista ser diferente é saber que a Pessoa de quem fala e prepara o caminho estará bem perto de si, seus olhos o verão.

  O convite de João é buscar a conversão através do arrependimento dos pecados; de fato, podemos até buscar a conversão, mas nos esquecermos de que a oração e a meditação nos impulsionam a abandonar os pecados. Quantos estão na Igreja e em seus ministérios, mas não deixam a prática do mal... Pior, alguns acham que podem conviver entre a graça e o pecado. Para o Batista não pode ser assim: endireitar o que está torto, aplainar o que está saliente, aterrar os vales profundos é imperativo!

  Na leitura primeira, do profeta Baruc, o autor sagrado convida a todos a se despirem das “vestes de luto”. Despir-se diante de Deus, apresentar-se ao Senhor sem aviamentos, sem máscaras, é o que mais Ele deseja. O homem, à medida que cresce e se desenvolve, que convive no meio dos outros vai, indiscriminadamente juntando em si vestes que cobrem sua nudez. Não falo aqui da nudez corporal – até porque somos a favor do pudor nas roupas – mas falamos daquela artificialidade criada pelo homem e que o vai escondendo de Deus e das pessoas; o homem vem produzindo cada vez mais máscaras e tipos, papéis e atuações e se esquecendo (ou propositadamente abandonando) o seu verdadeiro ser. Diante do Senhor, nos dispamos daquilo que é efêmero, contingente, mau e opaco.

  O apelo à conversão continua nesta Missa do 2° Domingo do Advento nas palavras de São Paulo aos Filipenses: “E isto eu peço a Deus: que o vosso amor cresça sempre mais, em todo o conhecimento e experiência, para discernirdes o que é o melhor. E assim ficareis puros e sem defeito para o dia de Cristo, cheios do fruto da justiça que nos vem por Jesus Cristo, para a glória e o louvor de Deus”. Neste tempo importante de preparação para a vinda de Cristo, não pode faltar o amor e um amor grande, alicerçado no conhecimento, na experiência e no discernimento. Devemos conhecer o que amamos; experimentar sempre esta virtude e discernir, todos os dias, que tipo de amor tem arrebatado meu coração.

  Nesta semana avançamos nossa caminhada para o Cristo que vem. Que o apelo à conversão deste Domingo nos encha de santa vontade pela mudança, de alegria pela vida nova e de esperança, de que “Aquele que vos chamou é fiel e é Ele quem vai agir” (1Ts 3,24). Possa São João Batista servir-nos de modelo de renovação e a Virgem Santíssima, a cheia de graça, interceder por nós.

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