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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A Apologética e a Teologia Fundamental



  Em suas pressuposições e metas estas duas atividades são nitidamente distintas uma da outra. Precisamente porque a função da apologética é apresentar, defender e justificar a fé cristã para os que não creem; suas discussões com várias espécies de “descrentes” pressupõem não a plena fé cristã e católica romana, mas um não conhecimento dela e até uma perseguição à mesma. Já a teologia fundamental parte da realidade da fé, da fé conhecida, ao menos, seus rudimentos.

  Um diálogo “apologético” com um filósofo agnóstico, com um anticlerical, ou com um muçulmano deve respeitar o estado atual de cada pessoa. O filósofo não permitirá que o apologeta cristão assuma verdades derivadas da revelação, mas irá entabular discussão à base de evidência racional, filosófica e histórica. O anticlerical poderá admitir que a fé cristã em Deus revelado em Jesus Cristo forme um pressuposto para o diálogo, mas não assumirá que o testemunho católico oficial desta revelação seja substancial e necessariamente seguro.
  A fé em Deus, mas não em Jesus como o Filho encarnado de Deus, formará as premissas para o intercâmbio com o muçulmano, o budista, o judeu. Em resumo, o apologeta cristão pode assumir apenas o que seus companheiros de diálogo, sejam eles estritamente descrentes e “de fora”, ou indecisos “de dentro”, concordam em pressupor. Assim, o apologeta crente começará por pontos que já têm sentido e validade para o parceiro de diálogo em questão, e isto envolverá sempre o pôr de lado ao menos algumas afirmações de fé.
  No diálogo da teologia fundamental, o mais importante é ter uma linguagem única. Não adianta falar de “revelação”, se os envolvidos no diálogo não entendem o que vem a ser isso ou a entendem de maneira diversa; se temos necessidade de uma saudável apologética para “os de fora” da Igreja, temos a mesma necessidade de uma teologia fundamental para “os de dentro” da Igreja. Muitos desentendimentos e incompreensões acontecem na Comunidade católica por falta de conhecimento de conceitos básicos à fé. Pior ainda quando os católicos, mesmo “católicos”, se afastam ou rejeitam os dados da fé e da doutrina e tornam-se “protestantes” ou agnósticos dentro da Igreja.

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