O amor nos impulsiona para além

Queridos amigos,

Ao iniciarmos um ano, quanta coisa nos vem à mente e ao coração? Em tudo, porém, faz-se uma pergunta: “como será?” Para alguns o novo ano traz expectativas boas, semente de prosperidade, de mudanças queridas, de realizações há muito esperadas.  Para outros, o ano que veio está envolto em névoa, em uma triste esperança, num medo e incerteza tenebrosas, sob uma sinistra fumaça...

De fato, não sabemos como será o amanhã.  Mas sabemos como é o presente! E como está o nosso presente? O que fazemos dele? Como o vivemos? Como o percebemos?

Uma das coisas magníficas que existem em nossas vidas e que muitas vezes e que muitas vezes fica no canto de nossas prioridades e de nossas importâncias é o amor. Pode parecer piegas, ou repetitivo, mas independentemente do que vamos passar, das coisas que nele acontecerão e do modo como discorrerá, a prática do amor é fundamental para vivermos cada ano.

Em sua Carta Encíclica “Deus caritas est” (Deus é amor), o Papa Bento XVI nos ensinou que o “amor é êxtase; êxtase, não no sentido de um instante de inebriamento, mas como caminho, como êxodo permanente do eu fechado em si mesmo para a sua libertação no dom em si (...)”. Creio que a principal preocupação de cada um de nós, deve ser o “sair”, o “despojar-se”, o “abandonar” nossas humanas seguranças, para nos lançar nos braços do Pai! Este caminho, trilhado por cada pessoa humana em particular, mesmo em suas dores, mesmo com duras lutas, mesmo com suas fraquezas, é o que chamamos de amor; “amor exódico” que não se acostuma, mas que se renova; que não se fecha, mas se abre; que não acha que perdeu tempo, mas que o aplicou!

Meditando sobre este amor – caracterizado pelo êxodo (saída) permanente de si – que o Papa nos ensinou, lembro-me da figura dos três Reis Sábios que visitaram o Menino Deus em sua manjedoura. Eles optaram pelo amor. Amor à Verdade!

Em seus estudos, meditações e orações descobriram o advento de Jesus a caminho de Belém. Deixaram suas coisas, suas famílias, suas vidas e puseram-se na direção da luz da Estrela. Que belo ensinamento! Atraídos pela luz, perseguem o ideal de se unirem a Deus; a distância, o cansaço, outras tantas dificuldades não comprometem o seguimento dos Reis para adorar o Senhor! E mais, não se esqueceram de demonstrar sua delicadeza, apresentando a Jesus e a seus pais aqueles presentes tão significativos...

Neste ano novo, deixemo-nos invadir mais pelo amor e pela alegria do amor; tenhamos a coragem dos Reis, renovemos nossa vontade de caminharmos para frente, sem medo daquilo que vamos encontrar. A cada dia a sua alegria e a sua pena.

Com votos de um renovado ano, cheio de Deus e de felicidade,

Pe. Helcimar Sardinha