Iniciamos
hoje o tempo do Advento. É o tempo de preparar a vinda do Senhor, tempo de
esperança pela vinda do Messias. Cada ano, essa atitude fundamental da Liturgia
desperta nosso coração para o como vivemos nossa fé. Neste primeiro Domingo do
Advento, as leituras nos apontam para a vigilância, a atenção, a sobriedade.
Diante de Deus que veio, que vem e que virá, devemos nos pôr reverentes.
A esperança autêntica está fundamentada na fé
em Deus e na sua Providência. O mesmo Senhor que veio na História, que vem nos
sacramentos e nas circunstâncias da vida, virá uma última vez. Colocarmo-nos
nas suas mãos e nos deixar guiar por Ele, este é o caminho da paz.
O Advento é feito de sinais externos e
internos; externamente, a cor roxa, a sobriedade na ornamentação, os cânticos,
o não uso do glória, a coroa do advento, o silêncio meditativo, tudo isso nos
predispõe para escutarmos melhor o Senhor. Esses sinais nos levam também a uma
mudança interna, que é a conversão do coração, o desejo de combater mais
fortemente o pecado e a redescoberta da oração e do gosto pelas coisas de Deus.
O Papa Bento disse certa vez: “Quando falta
Deus, falta a esperança”. De fato, sem Deus tudo perde seu sentido, sua
importância, sua concretude. Neste tempo de preparação para o Natal nos
concentramos exatamente nisso: buscar a Deus, buscar ter Deus em nós, cobrir
qualquer lacuna, qualquer espaço em que Deus ainda não esteja.
O Evangelho de hoje nos leva a meditar sobre
como preparamos nosso coração para Deus. Jesus não quer que nos alarmemos com a
iminência do fim dos tempos, antes, porém, nos convida a não nos deixarmos
levar pela insensibilidade; nunca vimos tantos homens hoje insensíveis a Deus e
aos apelos de caridade dos irmãos. A guerra, o terror, a violência, a opressão
o esquecimento de Deus tem sido tratados como banalidade. Jesus nos alerta: não
deixem de ser sensíveis à realidade.
O Senhor nos apresenta três obstáculos à
sensibilidade do coração: a gula, a embriaguez e as preocupações da vida. Três
coisas que nos cegam quanto à presença de Deus e à necessidade humana. A gula e
a embriaguez vão contra a sobriedade pedida pela Palavra de Deus, atacam a
moderação, o equilíbrio, a discrição. Sem estas virtudes, corpo e alma se
lançam num abismo, bem perigoso a qualquer pessoa. Já as preocupações que nos
invadem também tiram nosso foco da via divina; preocupar-se é normal, mas
deixar que as dificuldades do cotidiano atinjam toda a nossa vida e em todos os
campos, é uma grande temeridade. As preocupações existem, mas não são a coisa
mais importante para nós.
Para não se deixar contaminar por esses três
venenos, Nosso Senhor nos apresenta dois antídotos, dois remédios: a atenção e
a oração. Estar atento significa não se dissipar, não se distrair
indevidamente, pôr todo o coração e mente naquilo que se faz, sem perder a
meta. A oração, caminho sagrado do homem para Deus, é o instrumento mais eficaz
para o exercício de nossa espiritualidade e a forma mais eloquente de manter o
coração nas coisas celestes.
Pelo
Advento também tem início um novo ano
litúrgico na Igreja. É uma graça de Deus, mais um momento que o
Senhor nos oferece para adentrarmos em seu Mistério. Deus novamente se revela
em sua Palavra e nos Sacramentos; será mais um tempo propício para aumentar
nosso amor e adoração ao Senhor. Não desperdicemos mais este tempo que Deus nos
dá!
Que Maria, a Virgem do sim e a Mãe da
esperança, reaviva em nós o desejo de servir e amar a Seu Filho Jesus Cristo.
Que este tempo da expectativa nos leve a uma aproximação de Deus, de quem nos
afastamos pela desídia do pecado.
Querido Padre Helcimar
ResponderExcluirsuas homílias vem sempre
nos enriquecer espiritualmente.
Que o Espírito Santo te
ilumine sempre!!!!!!
Querida Sandra, obrigado por suas palavras de motivação. Deus a guarde! Obrigado por visitar nosso blog! Com uma bênção, Pe. Helcimar
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