A teologia fundamental se
preocupa e toca a três espécies de pressupostos: a realidade da fé, a natureza
da experiência humana e o papel da razão. Os teólogos fundamentais fazem a sua
obra à luz da fé cristã, reconhecendo realisticamente que pertencem a uma
comunidade de fiéis, e que partilham das suas experiências de fé. Este
reconhecimento explícito de sua fé em Deus que ressuscitou Jesus dos mortos
separa os teólogos fundamentais dos filósofos da religião, e, como veremos noutro post, dos
apologetas.
A revelação divina que chegou ao seu ápice na
vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, e foi transmitida pela tradição da
Igreja e pelas Escrituras, fornece a premissa, impulso e material para a
teologia fundamental, como para todo argumento teológico. Aceitando a sua fé
pessoal, o teólogo passa a refletir as condições básicas que tornam possível a
experiência da fé.
Chegamos aqui ao segundo pressuposto da
teologia fundamental: as experiências humanas das pessoas e do mundo nas quais
e pelas quais ocorre a revelação divina. Se a teologia fundamental presume a fé
humana que responde à revelação divina, logicamente pressupõe também a
existência dessas condições na experiência humana, que fazem homens e mulheres
se abrirem à revelação, seja qual for a forma que toma e quando venha.
A terceira suposição maior da teologia
fundamental é que a razão crítica pode efetivamente funcionar para esclarecer
sistematicamente a fé, a experiência humana e sua relação mútua. A teologia
fundamental pressupõe os poderes da razão e concorda que, sem destruir ou
excluir a fé, eles podem prover um entendimento “científico” que
verdadeiramente ilumina e expressa a fé.
À base destes três pressupostos, a teologia
fundamental tem uma dupla tarefa: refletir metodicamente sobre a fonte do
conhecimento teológico na revelação divina relatada na tradição e nas
Escrituras e chamar a atenção para o modo como a experiência humana está aberta
para receber essa revelação.
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