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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A Reforma da Reforma de Bento XVI



  Por que este tema? Porque vemos, gradativamente, as mudanças que Bento XVI tem feito na Liturgia, como comunhão na boca e de joelhos e a “missa orientada” ou “versus Deum”. Tudo isso parece um retrocesso; alguns acusam o Papa de ir contra o Concílio Vaticano II, como se quisesse voltar às práticas do passado. Será realmente este o pensamento do Papa? Não, este não é o querer do Papa. Em reiteradas entrevistas ele já disse que não. Então, o que deseja o Papa Bento XVI? O Papa deseja demonstrar à Igreja, aos bispos, padres, diáconos e leigos que não houve ruptura com o Concílio Vaticano II, mas que há uma continuidade da única tradição da Igreja. Para isso, o Papa está restaurando práticas e atitudes que nunca foram abolidas da Igreja, mas que foram esquecidas e até jogadas fora, como se não dissessem nada mais a nós.

  Bento XVI participou como teólogo perito no Concílio; ele o conhece profundamente. O Papa também é um homem da liturgia, conhecedor ardoroso deste tesouro. Assim, o Papa deseja que as mudanças do Vaticano II sejam aplicadas na Igreja. Infelizmente, como já falamos em alguns momentos, o Concílio não foi implementado como querido, mas sim como foi interpretado e isso deu margem para inúmeros equívocos e abusos.

  Por exemplo, sobre o uso do latim; se perguntarmos a alguém qual foi a maior mudança litúrgica do Concílio, vão dizer: “a abolição do latim”. Mas isso não é verdade! Na Sacrossanto Concílio, documento sobre a liturgia, no n° 36 se lê: “Deve-se conservar o uso do latim nos ritos latinos, salvo o direito particular; poderá conceder o uso da língua vulgar nas leituras, nas monições e nos cantos” e no n° 54 se diz: “Tomem-se providência para que os fiéis possam cantar as partes do ordinário em latim”. (A SC está à disposição de todos, de graça, no site do Vaticano).

  As coisas que se fizeram em nome do Concílio, muitas vezes foram erradas. A reforma litúrgica do Vaticano II não foi colocada em prática como deveria. O Papa Bento XVI deseja agora fazer uma verdadeira “reforma da reforma”; é vontade do Papa que jovens, fiéis, todo o povo busque esta melhoria nos ritos.

  Quais são as mudanças mais significativas que o Papa tem implementado?

1°As mudanças feitas estão de acordo com a lógica do desenvolvimento em continuidade com o passado. Logo, não lidamos com uma ruptura com o passado, mas com uma unidade aos pontificados anteriores.

2°As mudanças introduzidas servem para evocar o verdadeiro espírito da liturgia, como o quis o Concílio Vaticano II. ‘O “sujeito” da beleza intrínseca da liturgia é o próprio Cristo, ressuscitado e glorificado no Espírito Santo, que inclui a Igreja em sua obra'”.

3°Altar com o arranjo querido pela IGMR (Instrução Geral ao Missal Romano), isto é, ao menos duas velas para as Missas feriais, quatro ou seis para as missas dominicais e dias de Guarda e a cruz no meio do altar, voltada para o celebrante. Celebrar voltado para a cruz sublinha a correta direção da oração litúrgica, isto é, para Deus; durante as orações, os fiéis não devem olhar uns para os outros, mas deveriam dirigir os olhos para o Salvador.

4°A Sagrada Comunhão recebida diretamente na boca e de joelhos. Distribuir a Hóstia aos fiéis ajoelhados tenciona valorizar o aspecto de adoração tanto como elemento fundamental da celebração como atitude necessária face ao mistério da presença real de Deus na Eucaristia.

5°Momentos de silêncio e meditação após a homilia e após a Comunhão. Durante a celebração, a oração assume várias formas: palavras, cantos, música, gestos e silêncio. Além disso, os momentos de silêncio nos permitem participar de fato no ato de adoração, e mais, suscita no interior todas as outras formas de oração, dando um espaço privilegiado para Deus falar ao coração.

6°Uso de paramentos dito “romanos” e de outros paramentos de rara beleza. O Papa dá importância às vestes litúrgicas. "Não é mero esteticismo, mas via concreta em que o amor de Deus, em Cristo, nos encontra, nos atrai e nos enche de delícias; A beleza mais verdadeira é o amor de Deus, que se revelou definitivamente para nós no mistério pascal. […] A beleza da liturgia é parte deste mistério; é uma sublime expressão da glória de Deus e, de certa forma, um vislumbrar o céu sobre a terra. A beleza, então, não é mera decoração, e sim um elemento essencial da ação litúrgica, por ser um atributo do próprio Deus e de sua revelação".

7°Uso do latim nas cerimônias, tanto nos cantos como nas orações. Embora o Concílio Vaticano II tenha introduzido as línguas nacionais, ele recomendou o latim na liturgia. Duas razões para que não deixemos o latim: Acima de tudo, temos um grande legado litúrgico em latim: do Canto Gregoriano à Polifonia, bem como textos veneráveis e sagrados que os Cristãos têm usado por séculos. Junto disso, o latim nos permite mostrar a catolicidade e a universalidade da Igreja. Numa Missa em que se comporta um número considerado de fiéis de várias línguas, o latim seria a "língua de todos". 

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