Deus conhece a si mesmo por
Si mesmo, porém não é como o conhecimento humano. Este vai da nesciência (não
saber) à inteligência, enquanto em Deus, não havendo potencialidade (Ele é Ato
Puro), existirá a perfeita união entre inteligência e conhecimento; Ele não
aprende, já sabe.
E quem conhece na Trindade? A essência ou as
Pessoas? Discutiu-se muito sobre a possibilidade de cada Pessoa na Trindade
possuir uma consciência autônoma, formando assim, três centros de consciência.
A partir da base tomista que afirma o não conhecimento de Deus pela essência,
mas sim pelas Pessoas, teólogos modernos como B. Lonergan e W. Kasper chegam à
conclusão de que em Deus há três sujeitos divinos conscientes, mas numa só
consciência – que é possuída de modo singular por cada Pessoa. “As Pessoas
divinas não existem só no diálogo: elas mesmas são o diálogo” (W. Kasper). O
Pai conhece e é conhecido, o Filho conhece e é conhecido, o Espírito conhece e
é conhecido.
Do que foi dito, termos o segundo enunciado: “Não
há, portanto, em Deus três consciências distintas, senão perfeita unidade de
substância e de amor; não há “teu” e “meu”. Porém essa consciência é pessoal. A
consciência divina é uma, mas o “eu” divino não é o eu comum às três Pessoas,
senão distintamente o eu próprio de cada uma. Cada Pessoa divina é consciente
de si sendo consciente de que é Deus, por isso essa consciência é em comunhão,
é uma consciência exercida por cada um em comunhão com os outros” (L. F.
Ladaria).
Assim, cada Pessoa conhece, cada Pessoa tem
consciência de Si, mas há uma só consciência enquanto “Deus”. A consequência é
óbvia: não existem três centros volitivos, mas um só querer na Trindade. A
alteridade das Pessoas não ferirá sua unidade e, portanto, não comprometerá sua
ação como Deus.
Foi Santo Agostinho quem deu à tradição ocidental a sua expressão madura e final acerca da Trindade. Durante toda a sua vida como cristão meditou sobre a Santíssima Trindade, explicando a doutrina da Igreja aos interessados e defendendo-a contra os ataques dos opositores.
ResponderExcluir"Sobre a Trindade, que é o Deus Sumo e Verdadeiro, principiei alguns livros quando jovem, editei-os quando velho".(Sto Agostinho)
Vale registrar aqui a edificante história do menino e Agostinho.
Certo dia, Santo Agostinho, após longo período de trabalho e muito compenetrado na sua angústia, adormeceu no claustro. Teve um sonho revelador: caminhava sobre uma praia deserta, a contemplar o mar e o céu. De repente, avistou um menino que com um balde de madeira ia até a água do mar, enchia o balde e voltava, onde despejava a água num pequenino buraco na areia. Santo Agostinho, perplexo e curioso perguntou ao menino: - O que você está fazendo? O menino calmamente olhou para Santo Agostinho e respondeu: - Vou colocar toda água do mar nesse buraco! Santo Agostinho sorriu e retrucou: - Isso é impossível garoto. Observe quanta água existe no oceano e você quer colocá-la toda nesse diminuto buraco! Mais uma vez o menino olhou para Santo Agostinho e de forma ríspida e corajosa disse: - Em verdade vos digo. É mais fácil colocar toda água do oceano nesse pequeno buraco do que a inteligência humana compreender os mistérios de Deus!! E num átimo Santo Agostinho acordou assustado e desorientado. Tivera uma mensagem divina que acalmaria sua alma conturbada.
Precisamos crer mais nos dogmas.Como disse Santo Agostinho, a fé deve preceder o entendimento.Quando duvidarmos disso,lembremo-nos dessa linda história.