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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Oitavo Mandamento: entre mentiras, calúnias e difamações (Primeira parte)



  Com o advento dos meios de comunicação em massa, a verdade e a mentira tomaram uma proporção avassaladora. Bom para a verdade, mas péssimo para as vítimas da mentira. Há um dizer que ouvi um dia: “uma mentira dita repetidas vezes, tomará em algum tempo, status de ‘verdade’”. Infelizmente, muitos não conseguem filtrar a notícia, a história, a palavra que recebem e passam à frente, com ou sem maldade, o que acharam ser a verdade. Numa palavra: perigoso! Este texto é para todos nós, mas principalmente para os que julgam primeiro e averiguam depois...

  O Catecismo da Igreja Católica em seu número 2464 diz assim: “O oitavo mandamento proíbe falsear a verdade nas relações com os outros. Essa prescrição moral decorre da vocação do povo santo a ser testemunha de seu Deus, que é a Verdade. As ofensas à verdade exprimem, por palavras ou atos, uma recusa de abraçar a retidão moral. São infidelidades fundamentais a Deus e, neste sentido, minam as bases da Aliança”. Comentemos:

·       O homem, se quer ser imagem de Deus, deve amar a verdade e usá-la em suas relações. Mais: humanamente, se uns não confiassem nos outros, seria o caos total, tanto na sociedade quanto na religião. A verdade nas relações não é optativa; o homem não pode decidir por si mesmo se fala ou não a verdade, mas está obrigado a dizê-la;

·       A prescrição de dizer a verdade não é apenas da dignidade do homem ou da necessidade para o bem das relações humanas, mas advém, sobretudo, de sua vocação batismal de “viver como o Cristo”. Porque somos filhos de Deus, porque somos “outros cristos”, proferimos a verdade: “Se dissermos que estamos em comunhão com Ele e andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade”;

·       Recusar a verdade, a veracidade, a sinceridade, a franqueza e se entregar à mentira, à duplicidade, à simulação, à hipocrisia e à má fé é um pecado que deveria ser tomado por grave, ainda que em muitos ambientes e até eclesiais, seja interpretado como leve e às vezes nem como pecado, mas como “pecadinho”, aquele de quem nem se fala na confissão;

·       O Catecismo é claro: “São infidelidades fundamentais a Deus e, neste sentido, minam as bases da Aliança”. Será que os mentirosos não pensam nisso? Será que os caluniosos não veem o mal que fazem? Será que os que levantam falsos testemunhos não percebem que estão minando sua espiritualidade e a unidade da Igreja? Bem, se sabem, são maldosos e servem à Satanás; se não sabem, devem meditar sobre o Evangelho e se emendarem de suas palavras soltas, atiradas ao vento ou direcionadas a pessoas e circunstâncias, como dardos de veneno.

  O Catecismo em seu número 2475 nos ensina, de modo direto e prático, sobre algumas ofensas, alguns pecados decorrentes deste Oitavo Mandamento, a saber: falso testemunho e perjúrio, juízo temerário, maledicência, calúnia, bajulação, jactância, ironia malévola e a mentira. Comentemos:

·    Falso testemunho e perjúrio: quando se fala algo contrário à verdade (sabendo que não é), de modo público, diante de um grupo ou tribunal. Quando se está sob juramento, esse falso testemunho chama-se perjúrio;

·   Juízo temerário: quando se admite, de maneira contundente e sem fundamento, como verdadeiro, um defeito que achamos que o próximo tem. O juízo temerário pode ser pó palavras ou por pensamentos;

·       Maledicência: revelar, sem razão, os defeitos do próximo a alguém que não sabia deles; quando não apenas se revelam os erros de alguém, mas também se comenta e se critica essa pessoa, a maledicência vira “murmuração”;

·        Calúnia: também chamada de “detração”. É prejudicar a boa fama do próximo e sua honra com suposições, imputando-lhe defeitos que não tem;

·       Bajulação: adular alguém por um benefício próprio e não lhe dizer seus erros, afim de não perder benefícios alcançados “por amizade”;

·        Jactância: também chamado de “zombaria”. É quando alguém lança na cara de alguém os seus defeitos, para o envergonhar diante dos outros. O zombeteiro quer a humilhação, quer o ridículo. Quanta zombaria contra a Igreja e seus membros...;

·       Ironia malévola: depreciar alguém, caricaturando, de modo malévolo, um ou outro aspecto de seu comportamento. Essa ironia distingue-se, claramente, daquela usada por alguns santos, quando depreciavam a si mesmos, aos inimigos de Cristo e às próprias forças maléficas;

·          Mentira: dizer o falso com o intuito de enganar, burlar a verdade, fugir dela ou das consequências dessa verdade.

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