Docilidade, em primeiro lugar, porque o Espírito
Santo é quem, com suas inspirações, vai dando um tom sobrenatural aos nossos
pensamentos, desejos e obras. Da carne, esperamos só fraqueza e indigência; do
espírito, unido ao Espírito Santo, teremos força e poder! É ele quem nos
impulsiona a aderirmos à doutrina de Cristo e a assimilá-la com profundidade. Quem
nos dá luz para tomar consciência de nossa vocação pessoal e força para realizar
tudo o que Deus espera; se somos dóceis ao Espírito Santo, a imagem de Cristo
irá se formando cada vez mais em nós e iremos assim, nos aproximando cada dia
mais de Deus Pai.
Abramos nosso coração: se nos deixarmos
guiar pelo princípio de vida presente em nós, que é o Espírito Santo, nossa vitalidade
espiritual irá crescendo e nos abandonaremos nas mãos de nosso Deus, com a
mesma espontaneidade e confiança com que a criança se joga nos braços de seu
pai.
Vida
de oração, em segundo lugar, porque a entrega, a obediência, a mansidão do
cristão nasce do amor e ao amor se encaminha. E o amor leva ao diálogo
constante com Deus Uno e Trino, e essa intimidade nos conduz ao Espírito Santo
e Este nos leva de volta ao seio da Trindade. Quando falamos em “vida
espiritual”, nada mais é do que uma “vida segundo o Espírito”, “ao modelo do
Espírito”, “ditada pelo Espírito” e a oração é o impulso para Deus, que se faz
mediante ao amor que, na Trindade, é o Espírito Santo.
Acostumemo-nos a “frequentar o Espírito
Santo”, a nos decidir por suas moções e inspirações. Será Ele quem nos há de
santificar! Acostumemo-nos a confiar n’Ele, a pedir sua ajuda, a senti-Lo em
torno de nós e a implorá-Lo cada dia sobre nós, sobre todas as pessoas e sobre
tudo o que fizermos.
União
com a cruz, finalmente, em terceiro lugar, porque a vida de Cristo no
Calvário precedeu a ressurreição e o Pentecostes e esse mesmo processo deve reproduzir-se
na vida de cada cristão, de cada um de nós. O Espírito Santo é fruto da cruz,
da entrega total de Deus, de busca exclusiva de sua glória. Somente quando o
homem nega-se a si mesmo por amor a Deus, quando vive verdadeiramente da fé, é
então que recebe com plenitude o grande fogo, a grande luz, a grande consolação
do Espírito Santo.
O Espírito também vem a nós como unguento
para curar nossas chagas, para sarar nossas feridas e para nos fortalecer na
subida a qualquer Calvário de nossas vidas. E será lá, no Gólgota da agonia e
da paixão, que mais sentiremos a consolação de Deus e sua assistência.
Aprendamos a pedir estes três presentes.
Aprendamos a recebê-los.
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