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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Súmula da Jornada Teológica (Segunda Parte)



A Natureza dos Anjos:

São seres espirituais e incorpóreos.
Os anjos são descritos espíritos, porque diferentes dos homens, eles não estão limitados às condições naturais e físicas. Aparecem e desaparecem, e movimenta-se com uma rapidez imperceptível sem usar meios naturais. Apesar de serem espíritos, têm o poder de assumir a forma de corpos humanos a fim de tornar visível sua presença aos sentidos do homem (Gn 19,1-3).

Quanto à essência angélica: um corpo sutil ou pura espiritualidade; funções como nutri-se, respirar, locomover-se, descansar, etc não fazem parte de seu ser;
São seres racionais, dotados de “inteligência luminosa”;
Ao contrário do homem, sua natureza não é composta, mas simples;
Depois da “prova”, são essencialmente “bons” ou “maus”.

Quanto à personalidade: pela revelação bíblica, eles possuem um “eu” pessoal, ou seja, têm uma vida consciente, autodomínio e são capazes de relacionar-se com Deus, com os outros anjos e com a humanidade; os anjos não dirigem os fenômenos da natureza, como acreditam nos orixás dos cultos afros.
No que concerne à questão se os anjos estão agrupados em ordens distintas, não há nenhum pronunciamento normativo da Igreja sobre o tema. No entanto, com base nas classes apresentadas na Bíblia e uma tradição que remonta ao Pseudo-Dionísio, Santo Tomás de Aquino sistematizou o estudo dos anjos, agrupando-os em “ordens” ou “coros” daí ser chamado de “Doutor Angélico”.

Quanto ao Conhecimento: podem conhecer apenas o presente. Porém, dada sua grande inteligência e o conhecimento da natureza humana desde a criação, eles podem prever qual o desenrolar dos acontecimentos;
Com profunda penetração psicológica, podem prever o que os homens querem ou não, escolhem ou não.

Quanto ao Poder: Não sabemos muito sobre o alcance do poder dos anjos, mas baseado na Bíblia, podemos descrever alguns dons:
Mover a matéria animada e inanimada (Dn 6,1; 14, 32-35; Mt 4, 5-8;28, 2);
Favorecer ou impedir faculdades vegetativas do homem;
Propor imagens, desejos e tocar na memória;
A hierarquia celeste é um estudo sobre a ordem das criaturas espirituais no céu. Deus é supremo e está fora de qualquer hierarquia; Ele Mesmo é causa de toda hierarquia.

O coro angélico se divide em 3 hierarquias, cada uma se subdivide em 3 ordens:

Primeira hierarquia (os que conhecem primeiro os segredos divinos): I Ordem, dos Serafins (ardor caritativo – Is 6,2s; Ap 8,2); II Ordem, dos Querubins (ciência divina – Gn 2,24; Ex 25,10; 1 Sm 4,4) e III Ordem, dos Tronos (assento de Deus – Cl 1,16).

Segunda hierarquia (ministros do céu): I Ordem, da Dominação (governo dos anjos), II Ordem, da Virtude (executam as ordens) e III Ordem, da Potestade (combate aos anjos caídos);

Terceira hierarquia (Execução dos ofícios divinos): I Ordem, dos Principados (enviados às nações – Rm 8,38; Ef 3,10), II Ordem, dos Arcanjos (anunciam missões e guardam os que exercem missões importantes – Dn 10,13.21; Ap 12, 7ss) e a III Ordem, a dos Anjos (anunciam e protegem individualmente cada homem – Mt 18,20; Hb 1,14).

Observação sobre os anjos maus:

Como os anjos bons, imagina-se que também os maus estejam organizados em precedências, em Ordens;
Não “obedecem” aos superiores pelo amor ou pela amizade, mas pela maldade que tem em comum. Apenas o ódio os une e não os laços de caridade.

Imortalidade dos anjos:

A imortalidade dos anjos está ligada ao sentido de que os anjos bons não estão sujeitos à morte (Lc 20,36), além de serem dotados de poder, formando o exército de Deus (Sl 103,20; Ef 1,21; 3,10; Hb 1,14); enquanto que os anjos maus formam o exército de Satanás empenhado em destruir a obra do Senhor e um dia serão destruídos (Lc 11,21; 2 Ts 2,9; 1 Pd 5,8 ).

A classificação dos anjos:

Anjos bons e anjos maus

Há pouca informação sobre o estado original dos anjos. Porém no dia de sua obra criadora Deus viu tudo quanto fizera como bom. Pressupõe-se que todos os anjos tiveram um boa condição original (Jo 8,44; 2 Pd 2,4; Jd 6). Os anjos bons são chamados "anjos eleitos" (1 Tm 5,21) e receberam a graça suficiente para habilitá-los mantendo-os  perseverantes, confirmados em sua condição e agora incapazes de pecar . São chamados também de "santos anjos ou anjos de luz" (2Cor 11,14).

Anjos Bons

Como já aludimos, são os que permaneceram fiéis a Deus, após a “Grande Batalha”;
“Contemplam constantemente a face de Deus” (Mt 18,10) e “são poderosos executores de sua Palavra, obedientes ao som de sua palavra” (Sl 103,20);
Destacam-se, entre os “anjos bons”, os chamados “Anjos da Guarda”. Vejamos um pouco sobre eles:
A idéia de que alguns anjos servem de “anjos da guarda” dos cristãos, de forma individual não é de todo atestado pela Bíblia, mas pela Tradição. Temos, no entanto, várias passagens da Bíblia que nos deixam entrever este serviço dos anjos: Gn 48,16; Ex 23,20-23; Br 6,6; Sl 33,8; 90,10-12; Dn 6,21; Mt 18,10; Hb1,14  e At 12,15 dentre outras;
A Tradição da Igreja também nos ensina sobre os anjos da guarda (São Basílio, São Jerônimo, Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino.
Deus, em sua infinita misericórdia, sabendo que o homem está sujeito a instabilidades e variações por causa de sua fraqueza, envia a ele um anjo para ampará-lo;

Função do anjo da guarda: iluminar, mostrando a verdade e custodiar nos perigos (daí chamá-los também de “anjos custódios”);

Divisão dos anjos da guarda: anjo do indivíduo, anjo do ofício e anjo da coletividade ou da instituição;
Os anjos custódios estão sempre diante de Deus, mas velam por seus protegidos. Ao mero perigo ou investida do mal, podem passar de um “lugar” ao outro para cuidar de seu amigo;

Efeitos da custódia dos anjos: corporais e espirituais. Corporal: impedem ou nos livram de perigos e males do corpo e auxiliam em questões materiais. Espiritual: defendem contra os demônios, rezam por nós, nos inspiram pensamentos bons e nos dão coragem e fortaleza nos opróbrios;
Tempo de custódia: Há divergências entre os autores sobre quando o anjo nos é enviado, se ao nascer ou no momento do Batismo. O certo é que ele nos acompanhará até o juízo final, a fim de nos defender.

Deveres em relação ao Anjo da Guarda:

Respeito pela sua presença: evitar tudo o que envergonharia a ele, ser celestial;
Confiança na sua proteção: recorrer sempre a ele nos momentos de dificuldade;
Amor e reconhecimento por sua proteção: devemos amá-lo como nosso benfeitor, um amigo, um irmão e agradecê-lo por sua proteção.
          (São Bernardo de Claraval)

Os Ministérios dos Anjos Bons:

Os ministérios dos anjos estão sempre em relação a Deus: adorá-Lo, louvá-Lo, servi-Lo e executar suas ordens quanto aos outros anjos e quanto aos homens.
Ministros da Liturgia celeste: louvam a Deus (Dn 3,58-61; Sl 102,20; Is 6,2-3; Ap 8,2-4);
Guerreiros dos exércitos de Deus: combatem em nome de Deus, os seres visíveis e invisíveis (Js 5,13.14; Os 12,4.5; Am 3,13;6,15; Is 6,2-3; Sl 23,10; Ap 12,7).
Executores dos Decretos de Deus: em nome de Deus, põe em ação a vontade divina e proclamando o caminho de conversão (Gn 19,10-13; 1Mac 7,41; At 12,23; Mt 13,41.42; 2Ts 1,7-9);
Mensageiros celestes: emissários de Deus aos homens para lhes dar a conhecer algo importante no plano da salvação (Lc 1,19; 26-27 2,8-14; Mt 1,20; 2,13; 19.20;
Consoladores e confortadores: consolam e ajudam os homens em momentos de desolação e dificuldade (2Rs 19,1-8; Mt 4,11; Lc 22,42.43) 

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