A
Natureza dos Anjos:
São seres espirituais e
incorpóreos.
Os anjos são descritos
espíritos, porque diferentes dos homens, eles não estão limitados às condições
naturais e físicas. Aparecem e desaparecem, e movimenta-se com uma rapidez
imperceptível sem usar meios naturais. Apesar de serem espíritos, têm o poder
de assumir a forma de corpos humanos a fim de tornar visível sua presença aos
sentidos do homem (Gn 19,1-3).
Quanto à essência angélica: um
corpo sutil ou pura espiritualidade; funções como nutri-se, respirar,
locomover-se, descansar, etc não fazem parte de seu ser;
São seres racionais, dotados
de “inteligência luminosa”;
Ao contrário do homem, sua
natureza não é composta, mas simples;
Depois da “prova”, são
essencialmente “bons” ou “maus”.
Quanto à personalidade:
pela revelação bíblica, eles possuem um “eu” pessoal, ou seja, têm uma vida
consciente, autodomínio e são capazes de relacionar-se com Deus, com os outros
anjos e com a humanidade; os anjos não dirigem os fenômenos da natureza, como
acreditam nos orixás dos cultos afros.
No que concerne à questão se
os anjos estão agrupados em ordens distintas, não há nenhum pronunciamento
normativo da Igreja sobre o tema. No entanto, com base nas classes apresentadas
na Bíblia e uma tradição que remonta ao Pseudo-Dionísio, Santo Tomás de Aquino
sistematizou o estudo dos anjos, agrupando-os em “ordens” ou “coros” daí ser
chamado de “Doutor Angélico”.
Quanto ao Conhecimento:
podem conhecer apenas o presente. Porém, dada sua grande inteligência e o
conhecimento da natureza humana desde a criação, eles podem prever qual o desenrolar
dos acontecimentos;
Com profunda penetração
psicológica, podem prever o que os homens querem ou não, escolhem ou não.
Quanto ao Poder: Não
sabemos muito sobre o alcance do poder dos anjos, mas baseado na Bíblia,
podemos descrever alguns dons:
Mover a matéria animada e
inanimada (Dn 6,1; 14, 32-35; Mt 4, 5-8;28, 2);
Favorecer ou impedir
faculdades vegetativas do homem;
Propor imagens, desejos e
tocar na memória;
A hierarquia celeste é um
estudo sobre a ordem das criaturas espirituais no céu. Deus é supremo e está
fora de qualquer hierarquia; Ele Mesmo é causa de toda hierarquia.
O
coro angélico se divide em 3 hierarquias, cada uma se subdivide em 3 ordens:
Primeira
hierarquia (os que conhecem primeiro os segredos divinos): I
Ordem, dos Serafins (ardor caritativo – Is 6,2s; Ap 8,2); II Ordem, dos
Querubins (ciência divina – Gn 2,24; Ex 25,10; 1 Sm 4,4) e III Ordem, dos
Tronos (assento de Deus – Cl 1,16).
Segunda
hierarquia (ministros do céu): I Ordem, da Dominação
(governo dos anjos), II Ordem, da Virtude (executam as ordens) e III Ordem, da
Potestade (combate aos anjos caídos);
Terceira
hierarquia (Execução dos ofícios divinos): I Ordem, dos
Principados (enviados às nações – Rm 8,38; Ef 3,10), II Ordem, dos Arcanjos
(anunciam missões e guardam os que exercem missões importantes – Dn 10,13.21;
Ap 12, 7ss) e a III Ordem, a dos Anjos (anunciam e protegem individualmente
cada homem – Mt 18,20; Hb 1,14).
Observação
sobre os anjos maus:
Como os anjos bons,
imagina-se que também os maus estejam organizados em precedências, em Ordens;
Não “obedecem” aos
superiores pelo amor ou pela amizade, mas pela maldade que tem em comum. Apenas
o ódio os une e não os laços de caridade.
Imortalidade
dos anjos:
A imortalidade dos anjos
está ligada ao sentido de que os anjos bons não estão sujeitos à morte (Lc
20,36), além de serem dotados de poder, formando o exército de Deus (Sl 103,20;
Ef 1,21; 3,10; Hb 1,14); enquanto que os anjos maus formam o exército de
Satanás empenhado em destruir a obra do Senhor e um dia serão destruídos (Lc
11,21; 2 Ts 2,9; 1 Pd 5,8 ).
A
classificação dos anjos:
Anjos
bons e anjos maus
Há pouca informação sobre o
estado original dos anjos. Porém no dia de sua obra criadora Deus viu tudo
quanto fizera como bom. Pressupõe-se que todos os anjos tiveram um boa condição
original (Jo 8,44; 2 Pd 2,4; Jd 6). Os anjos bons são chamados "anjos
eleitos" (1 Tm 5,21) e receberam a graça suficiente para habilitá-los
mantendo-os perseverantes, confirmados
em sua condição e agora incapazes de pecar . São chamados também de
"santos anjos ou anjos de luz" (2Cor 11,14).
Anjos
Bons
Como já aludimos, são os que
permaneceram fiéis a Deus, após a “Grande Batalha”;
“Contemplam constantemente a
face de Deus” (Mt 18,10) e “são poderosos executores de sua Palavra, obedientes
ao som de sua palavra” (Sl 103,20);
Destacam-se, entre os “anjos
bons”, os chamados “Anjos da Guarda”. Vejamos um pouco sobre eles:
A idéia de que alguns anjos
servem de “anjos da guarda” dos cristãos, de forma individual não é de todo
atestado pela Bíblia, mas pela Tradição. Temos, no entanto, várias passagens da
Bíblia que nos deixam entrever este serviço dos anjos: Gn 48,16; Ex 23,20-23;
Br 6,6; Sl 33,8; 90,10-12; Dn 6,21; Mt 18,10; Hb1,14 e At 12,15 dentre outras;
A Tradição da Igreja também
nos ensina sobre os anjos da guarda (São Basílio, São Jerônimo, Santo
Agostinho, Santo Tomás de Aquino.
Deus, em sua infinita
misericórdia, sabendo que o homem está sujeito a instabilidades e variações por
causa de sua fraqueza, envia a ele um anjo para ampará-lo;
Função
do anjo da guarda: iluminar, mostrando a verdade e custodiar
nos perigos (daí chamá-los também de “anjos custódios”);
Divisão
dos anjos da guarda: anjo do indivíduo, anjo do ofício e anjo da
coletividade ou da instituição;
Os anjos custódios estão
sempre diante de Deus, mas velam por seus protegidos. Ao mero perigo ou
investida do mal, podem passar de um “lugar” ao outro para cuidar de seu amigo;
Efeitos
da custódia dos anjos: corporais e espirituais. Corporal:
impedem ou nos livram de perigos e males do corpo e auxiliam em questões
materiais. Espiritual: defendem contra os demônios, rezam por nós, nos inspiram
pensamentos bons e nos dão coragem e fortaleza nos opróbrios;
Tempo de custódia: Há
divergências entre os autores sobre quando o anjo nos é enviado, se ao nascer
ou no momento do Batismo. O certo é que ele nos acompanhará até o juízo final,
a fim de nos defender.
Deveres
em relação ao Anjo da Guarda:
Respeito
pela sua presença: evitar tudo o que envergonharia a ele, ser
celestial;
Confiança
na sua proteção: recorrer sempre a ele nos momentos de
dificuldade;
Amor
e reconhecimento por sua proteção: devemos amá-lo como nosso
benfeitor, um amigo, um irmão e agradecê-lo por sua proteção.
(São Bernardo de Claraval)
Os
Ministérios dos Anjos Bons:
Os ministérios dos anjos
estão sempre em relação a Deus: adorá-Lo, louvá-Lo, servi-Lo e executar suas
ordens quanto aos outros anjos e quanto aos homens.
Ministros
da Liturgia celeste: louvam a Deus (Dn 3,58-61; Sl 102,20; Is
6,2-3; Ap 8,2-4);
Guerreiros
dos exércitos de Deus: combatem em nome de Deus, os seres
visíveis e invisíveis (Js 5,13.14; Os 12,4.5; Am 3,13;6,15; Is 6,2-3; Sl 23,10;
Ap 12,7).
Executores
dos Decretos de Deus: em nome de Deus, põe em ação a vontade
divina e proclamando o caminho de conversão (Gn 19,10-13; 1Mac 7,41; At 12,23;
Mt 13,41.42; 2Ts 1,7-9);
Mensageiros
celestes: emissários de Deus aos homens para lhes dar a conhecer
algo importante no plano da salvação (Lc 1,19; 26-27 2,8-14; Mt 1,20; 2,13;
19.20;
Consoladores
e confortadores: consolam e ajudam os homens em momentos de
desolação e dificuldade (2Rs 19,1-8; Mt 4,11; Lc 22,42.43)
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