Introdução:
Existe na Teologia um grande
perigo, que são os extremismos: há os que não acreditam em anjos e Demônios e
há os que creem que eles agem em tudo.
A doutrina da Igreja
Católica sobre anjos e demônios, é uma doutrina profunda e uma doutrina
extremamente equilibrada.
“A existência de seres
espirituais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de “anjos “é uma
verdade de fé” (Catecismo da Igreja Católica, 328). Negar a presença é
abrir espaço para a negação da existência. As pessoas hoje vivem como se Deus
não existisse, como se o diabo não existisse, como se os anjos não existissem.
A
origem dos Anjos:
A época de sua criação não é
indicada com precisão em parte alguma, mas é provável que tenha se dado
juntamente com a criação dos céus (Gn 1,1).
Pode ser que tenham sido criados por Deus imediatamente após a criação dos céus
e antes da criação da terra, pois de acordo com Jó 38,4-7, rejubilavam todos os
filhos de Deus quando Ele lançava os fundamentos da terra.
Que os anjos não existem
desde a eternidade é mostrado pelos versículos que falam de sua criação (Ne 9,6 , Sl 148, 2.5; Cl 1,16 ). Embora
não seja citado número definido na Bíblia, acredita-se que a quantidade de
anjos seja muito grande (Dn 7,10; Mt 26, 53; Hb 12, 22).
Apesar dos textos bíblicos
não afirmarem explicitamente a criação dos anjos, estes aparecem simplesmente
na História da Salvação como criaturas de Deus, de modo particular como seus
mensageiros (=malak, em hebraico e angelos, em grego) e realizadores de
sua vontade.
Então, a palavra “anjo” não
indica uma natureza, não quer dizer o que estes seres são em si, mas sim a
função que eles têm em relação à humanidade:“são espíritos destinados a servir,
enviados em missão para o bem daqueles que devem herdar a salvação” (Hb
1,14). Para a Bíblia, os anjos somente têm interesse enquanto estão a
serviço da nossa salvação.
O
Antigo Testamento:
Os anjos aparecem como
servos (cf. Jó 4,18), santos (Jó 5,1; 15,15; Sl 89,6; Dn 4,10) ou filhos de
Deus (Sl 29,1; 89,7). São chamados, por sua missão, “mensageiros” (Gn 19,1;
28,12; 32,2; Sl 103, 20), por sua figura ou aparência, “homens” (Gn 18,2.16;
19,12.16), por sua relação com o Senhor Deus, “príncipes dos exércitos
celestiais” (Js 5,14) ou “senhores do céu” (1Rs 22,19).
Os relatos bíblicos mais
antigos falam no “Anjo do Senhor” (Gn 16,7; 22,11; Ex 3,2; Jz 2,1) que não é
diverso do próprio Senhor Deus, manifestado na terra de modo visível (Gn 16,13;
Ex 3,2). Parece que esse “Anjo do Senhor” é um modo respeitoso que a Bíblia tem
de falar do próprio Deus, sobretudo nos textos mais antigos. À medida, porém,
que a revelação bíblica foi progredindo, o papel desse “Anjo do Senhor” vai sendo
sempre mais atribuído aos anjos, mensageiros de Deus.
O Antigo Testamento afirma
claramente a existência dos anjos, mas não apresenta nenhuma reflexão teórica
sobre eles. Seu número é muito grande e eles constituem uma espécie de séquito
de Deus, sujeitos ao seu domínio universal.
Executam os serviços que
Deus lhes confia tanto em cada homem quanto na totalidade do povo (1Cr 21,18;
Tb 3,17; Dn 14,22). Mencionam-se somente os nomes de Miguel, Gabriel e Rafael.
Qualquer outro nome de anjo é fora da revelação bíblica!
Novo
Testamento:
Toda a obra dos anjos
aparece relacionada ao Senhor Jesus e à realização da salvação por Ele trazida.
Eles transmitem aos homens as incumbências divinas; quando aparecem,
apresentam-se normalmente como jovens com brilhantes vestes brancas (Mc 16,5;
Mt 28,3; Lc 24,4; Jo 20,12; At 1,10). Grande é seu número (Mt 28,53; Hb 12,22;
At 5,11; Mt 22,30; 26,53; Lc 12,8s; 1Tm 5,21; Hb 12,22; 1Pd 3,22; Hb 12,22ss).
Acompanham especialmente os
acontecimentos da vida de Cristo desde o seu início até sua consumação: o Anjo
do Senhor, que em Lucas se chama Gabriel, predisse o nascimento e a missão de
João Batista (Lc 1,11-12); o mesmo anjo transmite a Maria a mensagem de que há
de ser Mãe de Deus (Lc 1,26ss); o Anjo do Senhor tranquiliza José a respeito do
que o Espírito Santo produziu em Maria (Mt 1,20-25);
Também foi um anjo quem
anunciou aos pastores o nascimento de Jesus e uma multidão de anjos louva a
Deus por sua benevolência, às portas de Belém (Lc 2,9-15). É ainda o Anjo do
Senhor quem aconselha a José a fuga para o Egito com Maria e o menino e,
passado o perigo, transmite-lhe a nova ordem de voltar (Mt 2,13.19s). Anjos
servem a Jesus quando este, levado pelo Espírito ao deserto, permanece ali
quarenta dias em jejum (Mc 1,13; Mt 4,11).
São Paulo, nos seus
escritos, segue a convicção do Senhor, e cita também outros grupos de seres
celestes: virtudes (Rm 8,38; 1Cor 15,24; Ef 1,21), potestades (cf. 1Cor 15,24;
Ef 1,21, Cl 1,16), principados (Rm 8,38; 1Cor 15,24; Ef 1,21; Cl 1,16),
dominações (Ef 1,21; Cl 1,16) e tronos (Cl 1,16).
Não se estabelece a
diferença entre eles; parece que Paulo simplesmente aceita a crença corrente no
mundo helênico e julga tais seres a partir de Cristo: se existem, foram criados
através de Cristo e para Cristo; se são adorados e cultuados pelos pagãos,
Paulo os trata como demônios e os reduz a nada (1Cor 15,24; Ef 6,12; Cl 2,15).
O importante é a primazia absoluta de Cristo. Por isso mesmo, neste contexto, o
culto dos anjos é reprovado (Cl 2,18).
Concluindo:
A Escritura afirma a existência
dos anjos;
Eles estão a serviço da
Salvação;
Os anjos estão sempre em
relação à glória da Deus;
Os nomes dos anjos, mais que
exprimirem uma individualidade deles próprios, comunicam uma qualidade de Deus;
A existência dos anjos é
verdade de fé
São seres superiores aos
homens, mas inferiores a Deus.
A glória dos anjos é análoga
à glória dos santos da Igreja e sua devoção;
O serviço dos anjos a Cristo
continua no serviço à Igreja e na Igreja;
Os anjos saíram da obra de
Deus;
Negar a presença é negar a
existência sim;
São seres espirituais, não
corporais;
Podem ser “bons” ou “maus”;
segundo teólogos, em especial, Sto. Tomás, são em número imenso.
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