Santo Antão ou "Antônio do deserto" é o monge mais ilustre da Igreja. Chamado de "pai dos monges". Conhecemos sua história contada por outro santo, seu amigo particular, Santo Atanásio, que ficou completamente inebriado pelas palavras e exemplos do homem santo do deserto. Santo Antão nasceu em Coman, no Egito. Aos 20 anos abandonou tudo para seguir de perto os conselhos de Jesus. Sobretudo, deixou-se tocar pela passagem "se queres ser perfeito, vai, vende teus bens e dá aos pobres, depois vem e segue-me". E seguiu, literalmente, o que ouviu quando entrou na Igreja.
Antes de partir, entregou sua irmã aos cuidados de algumas mulheres piedosas que viviam juntas o Evangelho, deixou-lhe uma parte da herança dos pais e a outra metade distribuiu integralmente aos pobres. Imediatamente se pôs a caminho do deserto, fugindo da cidade e de suas pompas. Antão preferiu os lugares mais inóspitos, mais agrestes e depois refugiou-se próximo ao Mar Vermelho, onde viveu todo o resto de sua vida, cerca de 80 anos.
A experiência do deserto trouxe ao jovem, ao adulto e depois ao ancião marcantes ensinamentos e lutas. Quando saiu da cidade, Antão não esperava encontrar no deserto as mais piores tentações; paz, reflexão e contemplação não fizeram parte da vida do monge nos primeiros anos, pelo contrário, até o demônio em formas variadas ele acabou vendo e combatendo. Percebeu e nos ensinou que a tentação não é algo apenas exterior e que não é o lugar que vai determinar nossa santidade, mas nossa disposição interior para buscar e servir a Deus.
Depois de lutas incontáveis com o poder do mal, inclusive físicas, Santo Antão conseguiu resistir e sair vitorioso. Seus exemplos e seus ensinamentos sobre a fidelidade a Deus e o combate ao mal correram o mundo. Sua vida vida santa foi conhecida por todos de sua época: bispos, padres, outros monges, peregrinos, todos queriam morar perto do "home de Deus" ou, pelo menos, escutar suas sentenças, os chamados "apoftegmas". A fama já em vida foi tão grande que até o imperador Constantino e seus filhos tiveram contato com o anacoreta.
Apesar de detestar o "sucesso" que lhe davam e preferir não sair da região da Cétia, humildemente Antão saiu duas vezes de seu deserto para exercer a caridade. Foi a Alexandria para confortar e reanimar os cristãos que lá estavam sendo perseguidos e outra vez para convocar a todos a que fossem fiéis à doutrina católica apresentada no Concílio de Nicéia e defendida por seu amigo, Santo Atanásio.
Santo Antão morreu aos 100 anos, cheio da graça de Deus e de discípulos ao seu redor. Ele nos ensina a viver uma vida heroica em Deus, renunciando a nós mesmos e às nossas vontades, dispensando os bens supérfluos, combatendo o maligno e amando a Deus sobre todas as coisas. Assim, como São Francisco, é protetor dos animais, pois domesticou as feras no deserto. É invocado nas tentações, nos combates espirituais e pela saúde e bem estar dos animais.
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